terça-feira, 20 de dezembro de 2011

As quatro estações III

Outono

Já era fim de tarde e eu ainda varria aquelas malditas folhas secas que possuíam a minha calçada e toda a rua.
_ Malditas folhas secas, todo dia a mesma coisa. O que elas acham que são para virem aqui na minha porta todos os dias e se acomodarem?!
Mas aquelas folhas não tinham ouvidos e nem culpa, por isso todos os dias elas vinham e sabiam que eu estaria ali esperando elas para as varrerem e eu sabia não querendo entender que o vento que eu sentia no fim da tarde o mais inocente deles era o culpado, ou melhor, o responsável por suas locomoções.
Tudo nessa época era irritante, e eu sempre esperava ansiosamente pela a estação seguinte, não que uma seja melhor que a outra, mas é que minhas rotinas variavam.

Inverno

O inverno era perfeito, frio, chuva, café quente e nada de folhas secas na minha calçada. Eu mal saia na rua, ficava dentro de casa a maior parte do tempo de baixo de um cobertor, era perfeito até uns dias. Mas depois de certo tempo aquela estação me incomodava, incrível como consigo achar defeitos em algo que é tão perfeito e logo eu começava a ficar ansioso pela próxima estação, acharia que tudo seria diferente, não, não era, mas quem disse que eu queria acreditar ?
Talvez ela tenha razão, sou tão ambicioso que nada me satisfaria, nem mesmo os meus sonhos realizados. Quantos desejos já realizei e ainda me sinto vago de tudo  aquilo que o mundo pode me oferecer? E ainda acredito que uma simples mudança de estação mudaria essa minha nostalgia.

Primavera

A estação mais bela do ano faz sua entrada triunfal de chuva com sol, como podem explicar tal coisa? A primavera é tão delicada, as flores fazem parte do seu show, cores fortes e alegres se espalham por todos os lados e de todos os jeitos. Dizem que é a estação mais apaixonante, ótima para os românticos ‘’ como se ainda existisse alguma pessoa com tal dom.’’  
Nada de dias brancos como o inverno, nada de folhas secas para fazer o meu outono um inferno, então me diga o que faltava na primavera?! Eu sentia que não estava completo, perfeccionismo meu ou erro de Deus?
Será que o verão tem o que procuro? Será que Deus fez todas as coisas faltando algo? Por isso nunca ficamos satisfeitos, deve ser isso, não tem outra explicação... Vou esperar pelo verão.

Verão

Chega uma das estações mais bipolar do ano, com variações de tempo, de humor. Ora faz sol – Ora chove.  Não dava pra confiar no verão, não podemos programar nada, pois não sabemos como será o humor do mesmo amanhã. Acho que o verão tirava ‘’onda’’ com a nossa cara.
Aquela semana estava muito ensolarada, não havida indícios nenhum de chuva, eu e alguns amigos marcamos de ir à praia no domingo, depois de um grande estresse na fila do mercado e no trânsito, chegamos ao destinado. Algumas horas depois o sol deu lugar a chuva, vi gente correndo pra lá e pra cá com algo na cabeça pra tampar, não sei por que, mas acho que já sabia que isso aconteceria, não sou pessimista, ou sou?! Não quero pensar sobre isso agora.
E ouvi novamente a voz dela me dizendo ‘’ nada satisfará sua ambição. ‘’ Ela estava certa, mas pra que eu iria assumir? Só pra dar a ela o gosto da razão? Não, isso não!
_ Vamos logo cara, olha a chuva!!!
 Eu não queria ir embora, queria ficar ali, queria que aquela chuva lavasse minha alma e levasse minha nostalgia consigo, meu medo era enorme de nunca conseguir exalar um sorriso sincero. É frustrante você saber que lutara por algo que mesmo conseguindo não será o bastante para lhe satisfazer.
Cheguei em casa, aquele dia foi mais tenso que os outros, meus amigos bebiam e riam, riam, de  que? Eu não sabia, mas nem me importava, a voz infernal dela não saia da minha cabeça. Nem vi direito o verão passar e quando dei por mim a praga das folhas do outono já cobriam a minha calçada novamente.

Outono

_Isso era um ciclo, como o tempo passou rápido, não? Tor? Tor? Cadê esse cachorro?! Toda vez é isso. TOR? TOR?
E lá estava ele, brincando no meio das folhas secas que cobriam a minha calçada, ri, dei gargalhadas, como é possível algo tão simples nos fazer tão bem? Como é possível o perfeito ter defeitos que o simples não tem?
Pela primeira vez os papéis tinham se invertido, ela estava errada e não eu. Mas já passei do tempo de disputar a verdade, estou velho demais para brincar de amarelinha e velho demais para ter amores impossíveis... Mas nada disso me impede de sempre aprender algo novo, aprendi com o outono, com o inverno, com a primavera e com o verão que quem tem que mudar não são eles e sim eu.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ofereço-te todos os meus sorrisos, dos verdadeiros aos indecisos, dos acanhados aos maliciosos, ofereço todos os que exalam sem motivo.
Ofereço-te todas as minhas lágrimas, as doces e as salgadas, as verdadeiras e as falsas.
Ofereço-te os meus enganos e os caminhos errados já percorrido. Ofereço-te os meus defeitos e pesadelos, as minhas confusões e confissões gravadas em cada verso que escrevo.
Ofereço-te os meus desesperos. Ofereço-me para ti por inteiro, a dor sem roteiro, o amor sem destino.
Ofereças para mim o teu caminho [...]

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Versos de um bêbado

Maldito sejas
Maldito és
Quebrastes o meu orgulho
Fizeste-me sólido e singular
Amante dela, da primavera,
da menina dos olhos da cor do mar.
Maldito será
Maldito amor
Que és tão mal compreendido
Que as vezes é dito em linhas horizontais azuis.
Maldito... Maldito...
Que pulsas dentro mim tão doído
Apartai-vos do meu coração
Antes que eu mesmo faça isso.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Talvez sejamos os últimos românticos que restam nesse mundo
Os últimos que mandam e recebem cartas e as guardas no fundo da gaveta
para que mais pra frente as letras borradas criam assas e um estranho cheiro de terra molhada.
Talvez sejamos os últimos à aceitar os clichês dos poemas de amor e ainda acreditar
nos finais felizes de filmes e livros que vemos e lemos, que desejamos mais nunca temos.
Ainda, talvez sejamos os últimos a acreditar nas palavras jogadas ao vento
nos abraços falsos e nos beijos fingidos que agora são só recordação.
Ainda acreditamos demasiado no ser humano e nas mesmices que as religiões andam dizendo,
acreditamos em tudo que podemos e que nada vemos e que nunca teremos.

domingo, 28 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sempre é tempo

Síntese do livro '' Sempre é tempo'' de Renata Pallottini

[...] Andrei é um jovem de apenas 15 anos, mas a sua pouca idade não o impedi de enfrentar problemas complexos, como alguns dizem ‘’ problemas de adulto. ’’
Com seus 10 anos de idade ele perdeu o pai em um acidente de acrobacia, que por sua vez era piloto de avião, até então sua família era unida e como filho único, todos se importavam com ele, mas tragicamente este fato mudaria toda a sua vida do vinho pra água. Alice, sua mãe após perder o marido, o pai do seu filho, entrou em depressão, começou a se afundar no alcoolismo, nas drogas, esquecendo que tinha um filho, que tinha uma vida pra viver, Andrei se sentindo sozinho, tentou refugia-se na sua suposta namorada, mas Carllita nem sabia que era namorada dele, ou pelo menos ele se esqueceu de avisar, considerando-a mais ou menos namorada, fazendo-o se sentir mais sozinho que antes.
Certo dia, Andrei chega ao seu limite, via que ninguém ao seu redor se importava consigo, resolveu então fazer uma loucura, ou melhor, uma aventura pelos ares, para aliviar, para relembrar do seu velho e querido pai, num ato de adolescênte, Andrei rouba o avião do seu tio Carlos e com pouca experiência levanta vôo, com algumas poucas roupas na mochila e vários motivos para fazer o mesmo ele rasga o céu atrás de um horizonte diferente, mas logo o seu espírito corajoso e adulto se transformar em medo, no painel o motivo de suas pernas trêmulas, o avião da sinal de falta de combustível, logo ele se dá conta do risco que ele mesmo corre, mas e daí?! Ninguém estava ligando pra ele mesmo, mas mesmo assim não seria legal morrer aos seus 15 anos de idade, lembrando de algumas orientações que seu pai passará, Andrei procura um lugar macio para pousar, avista o mar e antes de ter tempo para pensar o avião por si só toma a decisão e começa a cair... Cair no rumo do mar... Andrei não era de rezar, mas pedir a ajuda de Deus em uma hora dessa não seria uma má ideia. Então o avião caiu e rapidamente Andrei sai do avião com só a roupa do corpo e nada desesperadamente pro rumo de uma ilha, chamada ‘’Preciosa’’.
Depois do naufrago, Andrei chega cansado a ilha, com apenas a roupa do corpo ele é surpreendido por um cachorro, que corria euforicamente para lá e para cá, sem saber o seu nome, Andrei dá ao cachorro o pseudônimo de ‘’ Sexta-Feira’’, já com esperanças, Andrei começa a pensar na possibilidade de alguém viver naquela ilha. E ele não estava errado, enquanto via ‘’ Sexta-Feira’’ correr, escutou alguém chamar...
‘’_Balaio, Balaio...’’
Era o dono do cachorro chamando-o pelo o nome. Seu Inocêncio era um velhinho cego que dependia totalmente de balaio ‘’ seu cachorro’’ percebendo os latidos do mesmo, seu Inocêncio desconfiou de ter outra presença na ilha e então perguntou quem estava ali, e logo Andrei se apresentou...
Seu Inocêncio levou Andrei para a sua simples casa e logo perguntou por que o jovem foi aparecer ali, em uma ilha tão deserta.
Já passado um mês de intimida e hospitalidade de ambos, seu Inocêncio chama Andrei de sobrinho e a convivência naquele lugar com costumes diferentes foi fazendo parte do jovem, que não pensava em sair dali, mas se preocupava com a mãe.
Do outro lado, na cidade grande, Alice ‘’mãe de Andrei’’ resolve por si só e pelo filho desaparecido, se recuperar, se internou em uma casa de recuperação enquanto Carlos esperava notícias do sobrinho.
Em Preciosa, Andrei começa a especular a vida daquele velho cego que o abrigou, que logo confiou no mais novo sobrinho e contou sobre o seu passado que era tão misterioso até então, contou que também tinha amores mal resolvidos e que estava sendo injustiçado por um crime que não cometeu.
Mas Andrei ‘’ um garoto que literalmente caiu do céu’’ mostrará para seu Inocêncio, para a sua mãe e para si mesmo que sempre é tempo de recomeçar, sempre é tempo para amar, sempre é tempo de viver...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os justos choraram, mas serão firmes o suficientes para não se renderem aos seus próprios demônios.
Os ímpios riram de suas desgraças, lhe jogaram na cara as suas falhas e estaram sempre por perto quando menos precisamos deles.
Mas ainda sejamos fortes, pois a justiça divina é tarda mais não falha.

terça-feira, 26 de julho de 2011

[...]
_Garçom, me traga mais um copo de 51, por favor!
_Já bebestes demasiado, Sr.
_Um copo de cachaça nunca é demais para um peito vazio.
_Procrastina a morte em vez de adianta-la, vai viver a vida, corra atrás dela!
_A vida que me espere
O amor que me encontre
A saudade que exploda o meu peito
A duvida que encontre a certeza
A mentira que seja a verdade dos tolos
Os poetas que sejam loucos
Os compositores que sejam mal compreendidos
E que as respostas venham em tons de sol e dó sustenido.

(risos)

_Hoje a noite vai ser longa (risos) [...]

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vida

Apagaram-se as luzes.
A última palma foi ouvida
As cortinas se fecharam
Os gritos eufóricos se silenciaram
Chega ao fim mais um espetáculo
Chega o início de um dia sem teatro.
É a vida fora dos palcos
É a vida atrás das cortinas
Ninguém vê ninguém sabe,
ninguém diz a verdade.
A vida aqui fora não tem qualquer sinal de sentido,
além de soldados.
Acontecem boatos em todas as esquinas
Acontecem fatos e desafetos todos os dias
A vida que a Tv transmiti é sem alegria.

As luzes se acendem
As palmas começam a serem ouvidas
Os gritos são lançados dá boca pra fora
Começa mais um espetáculo
Embriago-me sem cessar na falsa alegria,
melhor do que viver lúcido em um mundo onde a maldade
é a realidade e que fere os inocentes, onde reinam os covardes.

Não sou eu o roteirista
Não determino o destino de ninguém
Sou apenas mais um personagem dessa história mal escrita,
Cujo título se chama ‘’ Vida’’

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cifra e decifra

Vi a vida passar em meus olhos, escorregar entre meus dedos, levando embora o meu sorriso, me habituando ao medo.
Enquanto pela janela, sentia meus sonhos morrerem em cada passo que ela dava, procrastinava o desespero sem ao menos almejar a primavera, era inverno, é um inferno exorcizar nossos demônios, controlar os nossos próprios anseios.
Minhas olheiras estavam cada vez mais nítidas consequência de noites mal dormidas e a vida se partiu de mim e nem se quer deixou um bilhete de despedida.
Vi a vida novamente em uns olhos castanhos claros, minha esperança pausadamente foi ressuscitando no meio da terra seca, cada respiro, um alívio, pela primeira vez me lembrei de olhar para o céu que por sua vez estava cinza e triste e senti a obrigação de agradecer por estar vivo.
A vida me exalou um sorriso tímido, trouxe contigo a paz, não mais minimizada.
Minha insanidade foi radicalizada e a mitologia grega já não tem tanta graça.
Hoje à minha alegria tem nome, sobrenome, RG, CPF, endereço, defeitos e manias, hoje o meu sorriso é lúcido, sem fantasias.
E ela de longe me sorria, trazendo contigo o que dizem ser psicológico, o que dizem os psicólogos humanos, demasiados humanos e errantes, o que dizem os poetas loucos em seus versos tão alucinantes. 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Giz

E desce em mais um copo de 51 as lembranças atordoantes que já deveriam ser levadas pelos fortes ventos que passam por aqui. É tão amargar de tomar, é tão difícil de aceitar as coisas como são, parece ser simples tragar em um só gole a solidão.
_’’Só mais uma garrafa ‘’
Eu prometo para todos.
_’’ Não me deixem aqui, esperem-me mais um pouco, tenho medo do escuro, já que me habituei a viver  lúcido’’.
E a minha verdade sobre os fatos passados viram apenas mais um relato ou uma lembrança demasiadamente infernal que arde, arde e arrebenta o meu peito com um punhal, e que cala a minha boca, acorrenta os meus passos, escurece o futuro, acende o medo e me faz refém de mim mesmo.
E me deixaram pouco depois do bar se fechar, mas ela ficou de longe observando se eu ia conseguir pelo menos atravessar a rua sem ser '' esmagado'' . Eu não a vi, mas a senti ali, bem perto de mim.
Estranho como ela consegue me livrar das garras do inimigo e dos contos de amor com final feliz que ainda escrevo e leio nos livros.
Sou eu o perigo, eu sou o meu maior risco, não posso mais andar sozinho comigo.
Se ela soubesse que preciso andar em um caminho só e em que qualquer curva dessa  infinita highway eu posso enfraquecer e retroceder.
Ah se ela soubesse que preciso de ajuda, não de qualquer pessoa, não de psicólogo ou de psiquiatra como dizem por ai, mas é ela, é dela de quem preciso e necessito perto de mim...
E ela me fez mais uma vez esquecer o passado e planejar um futuro sem medo, mas cheio de promessas para se cumprir.
Já apaguei a luz, agora sim acho que consigo dormir sem medo, não tenho medo de morrer, mas tenho de morrer sem ter ela no pensamento.
Mais um sorriso bobo no meio do quarto escuro, deito-me na cama e já resumo o futuro e presumo os planos, não os meus planos, mas os nossos planos.
E um deles é sermos dois corpos e um só coração, passeando no jardim botânico, em um dia de domingo, eu, ela e nossos filhos sorrindo, pedindo dinheiro para comer guloseimas enquanto ela olha pra mim, serena me diz.
‘’Deu certo o nosso futuro que era incerto e desenhado com um pedaço branco de giz’’ 

terça-feira, 12 de julho de 2011

28/02/1999

Porque, porque, porque...
Porque sempre foi, porque é?
Responde-me quem puder.
Minha vida cruciante
Um infortúnio constante
Apesar de muita fé.

Rubens D. Lima
28/02/1999

'' E esse amor pela leitura, essa necessidade de se expressar em pedras duras, implicitamente é hereditário ''
Quisera que a vida fosse desse jeito, como a descrevem, tão perfeito. Os sábios otimistas inspirados.

Rubens D. Lima

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Minha menina

Amarei teus olhos de porcelana
Teus longos cabelos de seda
Teu sorriso ofuscante
A tua boca redonda e vermelha.

Sentimentalizarei o teu radicalismo
Defenderei os teus defeitos
Guardarei tuas confissões
Perdoarei os teus erros

Amarei o teu ódio
Serei o teu guia
Radicalizarei a tua insanidade
Quero ser a tua mania.

Seremos dois em um só
Em um só corpo
Uma só vida
E para todo o sempre lhe direi.
Eu te amo, minha menina


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Descrevo e transcrevo a tristeza, meus simples versos giram em torno disso, se um dia meus poemas se calarem, não se assustem, mas sorriam comigo, pois será o dia que ela voltará para os meus braços e trará consigo a paz e a alegria. Eu não sei descrever à alegria, não sei que cor ela tem, ainda caminho sozinho e amo implicitamente alguém, mas nesse dia passarei de um escritor qualquer para um poema feito, cheio de defeitos, escrito por uma iniciante, amante dos meus desejos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Silêncio noturno

Caminho em direção à varanda, são 05:00 da manhã, todos aqui em casa dormem, à cidade toda está dormindo. Acendo mais um cigarro e daqui de cima fico observando à vaga Av. que logo estará cheia de pessoas vagas. Faço o mínimo de barulho possível, fumo o meu cigarro como se fosse o último, o último trago, o último suspiro. Um trago e um gole de café é assim que engano a solidão, olho pra noite, a minha cidade já perdeu o céu, até isso o homem já conseguiu arrancar de mim. Lembro de uma música antiga, canto-a baixinho e lentamente vou me recordando do passado, o passado tem um bom cheiro, cheiro de terra molhada, tem gosto de uva passa. Ainda não decidi se me arrependo ou se me orgulho da escolha que fiz, o futuro está encarregado em responder isso por mim.
Diante do silêncio noturno começo a me lembrar de pequenos detalhes que passam despercebidos, o jeito do seu olhar, o brilho do seu sorriso, o jeito de sentar e a voz mansa quando fala comigo, à fumaça do meu tabaco desenha o teu rosto, não com tanta perfeição, mais um motivo de desgosto em uma madrugada sem açucar. À primeira luz da madrugada se acende, o galo canta acabando com sonhos bons e profundos, trazendo olhos enxiados e fundos para a realidade que é tão desagradável de enxergar. Vou me deitar para ninguém perceber que mais uma vez passei à noite em claro, mas meus olhos traidores e cansados revelam o estrago. Deito na cama, fecho os olhos e vagamente vou caindo no sono enquanto minha mente lembra da tua voz, como se fosse uma canção de ninar. Seria mais fácil acreditar que isso fosse apenas uma insônia ou qualquer outra idiotice que à minha psicóloga fala. Depois do sol se levantar e de se expandir, ele vai descendo bem devagar, como se não quisesse ir embora daqui, e a noite lá vem vindo, meu coração se aperta pois sei que mais uma vez não te terei ao meu lado para falar que mudei de humor, reclamar da roupa que estou vestido ou até mesmo alegar que não ouço nada do que você me fala, nem sei se sabes, mas por ti eu completei 365 noites em claro e nem à psicologia pode explicar ou entender tal coisa. Nem a xícara de café forte em minha mão, nem o último trago do primeiro cigarro da madrugada, nem as tosses contínuas, nem a fumaça no pulmão, nada pode explicar as coisas simples de um coração. E mais um poema clichê vai se acabando, com alguma frase que tem uma rima idiota ou até mesmo sem nexo, às folhas do meu caderno já estão no fim, são tantas folhas e poemas que falam tudo isso por mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As quatro estações.

            Já era fim de tarde quando eu varria a minha calçada, uma atividade rotineira naquela época, as folhas secas cobriam todo a rua, como se elas fossem a atração de outono, mas era, elas que marcavam aquela estação do ano, um pouco enjoativo mas depois da minha calçada limpa, tudo era bonito. Na rua onde eu morava existiam mais ou menos umas vinte casas, uma rua pequena pra uma cidade grande, ela não tinha saída, terminava na casa da D° Iracemma, a senhora mais fofoqueira da rua, mas até então nada disso me preocupava, eu só via os vizinhos quando eu ia varrer a minha calçada. Porém naquela segunda-feira enquanto eu varria a calçada, via de longe mais ou menos umas dez casas depois da minha, um caminhão de mudança parado, mas eu não sabia se estava chegando um morador novo ou se alguém estava saindo, pois eu não saia muito de casa e evitava muito o contato com vizinhos, vivia praticamente  trancado em casa, só saia pra varrer a calçada e mais nada, isso aconteceu depois que a minha ex-mulher me deixou, deixando apenas um bilhete mal escrito sobre o seu lado da cama, as compras do mês agora eu faço tudo por telefone, eles entregam em domicílio, meu serviço não exigi que eu comparecesse lá, sou jornalista, mando as matérias por e-mail, só uma vez por mês que tenho uma reunião que era quase imperdoável a minha ausência, por isso eu tinha que ir, um verdadeiro fracasso social de escolha própria, mas as pessoas se adaptaram ao meu modo nostálgico de viver, pensei que seria mais difícil delas compreenderem, foi fácil, pelo menos é o que parece. Não me preocupei muito com o tal caminhão de mudança parado na rua onde moro, não ia fazer diferença alguma pra mim, nada que iria me tirar ou acrescentar algo, continuei varrendo e depois entrei de novo pra minha casa.
            Confesso que fiquei um pouco encucado com várias hipóteses do que poderia ser aquele caminhão de mudança, obviamente era uma mudança, mas uma saída ou uma chegada? Nesse tempo de várias concepções erradas acabei pegando num sono sentado na poltrona do meu escritório. No dia seguinte, levanto cedo para varrer meu jardim e regar minhas tulipas, a tarde eu varreria a calçada...Chego perto do portãozinho do corredor, por onde normalmente eu saio para fazer minha atividade rotineira, sinto um doce perfume passar, não era das minhas tulipas nem muito menos das folhas secas, era um perfume doce, feminino, duradouro, nunca tinha sentido antes, tento abrir o portãozinho o mais depressa possível, mas a chave estava dentro de casa, pois eu só o-abria durante a tarde, pensei que talvez o meu  próprio olfato que exalou aquele aroma, mas não, eu estava convicto que eu senti mesmo aquele perfume, não estou ficando esquizofrênico, estou?! Fiquei mais encucado do que antes, esses acontecimentos por  mais minúsculos que sejam, estão mexendo com a minha rotina, não sei se isso é bom ou ruim mas é estranho, não quero criar expectativas equivocadas. Continuei aquela semana como se nada tivesse acontecido, cuidava das minhas tulipas e do meu jardim na parte da manhã e a tarde varria a minha calçada.
            A reunião do mês do meu serviço era na parte da tarde, por isso nesse dia eu varria a calçada de manhã e bem de tardizinha quase escurecendo depois da reunião eu arrumava o jardim, único dia que conseguia mexer na minha rotina, na verdade não mexia, apenas trocava de ordem as minhas atividades rotineiras, mas eu queria acreditar que mexia sim. Levanto cedo e caminho em direção ao portãozinho onde dá acesso a minha calçada, só abro o portão maior quando saio de carro, ou seja, raramente, quando vou me aproximando, novamente sinto aquele perfume doce que me deixou encucado uma semana atrás, já com a chave na mão, abro ligeiramente o portãozinho, olho pra baixo e nada, olho pra cima e vejo a causadora da minha curiosidade, uma mulher caminhando com pressa, ela estava de costas, como se fica de costa para o mar, olhava para trás, eu me senti o mar naquela hora, (comparações clichês ou até mesmo sem nexos saem de pessoas apaixonadas) ela era linda, com o rosto como aquelas atrizes de Hollywood, corpo para nenhum homem botar defeito, cabelos longos e pretos, a vi por alguns segundos, até ela virar a esquina e sumir da minha vista, fiquei  paralisado com a vassoura na minha mão, não sei se eu varria ou se sorria, sorrir, era estranho em meio a tudo isso, tudo era estranho, fora do contexto, nada estava escrito, apenas aconteceu, foi abruptamente, não esperava nada, não criei expectativas, mas desde então comecei a criar. Fui para a reunião, com uma fisionomia melhor do que todos já tinham visto em mim nos últimos cinco anos, foi rápido, voltei correndo para casa, arrumei o meu jardim, reguei as minhas tulipas e fui pra fora com a vassoura na mão, mesmo sem folhas para varrer. Foi como se estivéssemos combinado tudo, foi às sete horas da tarde, ela voltava, da onde eu não sei, mas isso nem me importava, fiquei a admirando passar sobre minha calçada, ensaiei baixinho alguma fala, mas nada na hora saia, com passos firmes e ligeiros ela olhou e balançou a cabeça, como se fosse um comprimento entre dois estranhos, pra ela talvez seja, mas eu já me sentia intimo, mesmo não sabendo como era a sua voz, nem o seu nome, muito menos se era casada ou não.
            Fui vivendo sobre hipóteses, expectativas, poucas atitudes e sem nenhum resultado, nessas horas um apelo para a Sra. Fofoca não seria má ideia, mas fazia pouco tempo que ela morava ali, e por mais que a D° Iracemma fosse eficiente, não trabalhava pra a F.B.I , infelizmente. Me arrisquei e fiz alguns versos para ela, e pensei em  entregar junto com um buque de flores, mas isso era e é tão demode,  mas por ser tão fora de moda, eu podia surpreende-la, mas vai que ela seja uma mulher moderna, não seria legal, mesmo assim arrisquei...
            
            ''És a flor mais linda do campo
            eu sou o agricultor
            que te livra dos malditos 'pirilampos'
            e cuido de ti, com todo o amor possível.

            És o meu abrigo de dia
            de noite és a cura da minha esquizofrenia.
            Em dias de solidão,
            és a minha única companhia.

            Sou a chuva que te molha e que te faz crescer
            sou seu estranho amor, que faz desaparecer
            qualquer duvida que afligi o seu coração.
            Sou teu e tu és minha,
            minha pequena, minha linda
            te escrevo em cada linha do meu coração.''

Coloquei o bilhete com o poema junto com o buquê de flores (Tulipas) pegadas do meu jardim, dei um trocado para um garoto que soltava pipa ali perto, para entregar  a ela, sem identificar o remetente, pois pra mim, eu tinha colocado o meu nome no bilhete. No outro dia, acordo cedo e arranjo um pretexto bem inteligente pra vê-la, levar o lixo, algo comum, que eu fazia só a noite, eu tinha tudo no contexto, tudo estava escrito, mas aquela linda mulher foi mudando aos poucos a minha rotina, enfim, ela passou, como antes, apressada, apenas balançou a cabeça, ainda se sentia estranha em relação a mim, milhares de hipóteses vieram em minha mente.
            _''Será que ela gostou do buquê de flores e do poema?''
            _''Será             que ela tem marido?'' 
            _''Será que ela não gostou?'' Será?

Diante de tais dúvidas, refugiei-me dentro do fracasso sentimental, já considerando todas as ideias reais negativas, nenhuma positiva, fiquei sem vê-la duas semanas, como se eu estivesse castigando ela, sem permitir que ela me vesse, mas eu estava apenas me castigando, após esse período de castigo fui para a rua, com jardim limpo, calçada limpa, lixo na lixeira, único pretexto que eu tinha dessa vez era...não tinha nenhum motivo pra pra ficar ali, exceto esperá-la pra vê lá passar sobre minha calçada.
            Sentado, fiquei observando as crianças brincarem sem malícia, e tentando imaginar porque elas não dependem do amor alheio (exceto o amor dos pais) como nós adultos, mas a resposta eu só encontrei depois de muito tempo, pois o meu raciocínio junto com o meu coração pararam, ela vinha descendo... Plac, plac, plac, era esse o som que o seu salto alto emitia naquela tarde, levantei imediatamente, encostei no muro, tímido até os dentes, enfiei a mão no bolso, ela vem, foi vindo, se aproximando de mim, diminuindo a velocidade dos seus passados, pela a primeira vez ouço sua voz, não era uma voz qualquer, talvez pra todos sejam, mas para mim não, era a voz do vento manso do litoral, suavemente ele me disse.
            _Boa tarde!
            _Boa tarde!
            _O Sr. Sabe me dizer se o lixeiro já passou?
            _Passou não, ele só passa amanhã de manhã.
            _Ah, obrigada.
            _De nada.      

Ela foi virando-se para ir embora, queria dizer algo, mas a voz não saia, começou a sair, mas logo tossi, a tosse foi fictício, mas a vontade de falar algo não era. Naquele mesmo dia, choveu uma chuva extraordinária, como se não fosse coisa de outono, e por causa da chuva as redes de telefone ficaram em pani, obrigando-me ir de baixo de chuva a padaria na esquina.
            No dia seguinte pego aquele resfriado, dor nos olhos, gargante infeccionada, narinas entupidas, e com uma vontade sucessiva de só ficar deitado. Mas eu nem ligava pra esse resfriado, o que me preocupava era que eu não iria ver a minha amada passar sobre minha calçada, fiquei duas semanas de cama, até voltar inteiro para ''varrer'' as folhas secas, e é claro, vê a dona do meu sorriso.
            Algo estava diferente, não tinha folhas secas sobre minha calçada, como se alguém já estivesse varrido, sem perceber o outono já tinha passado, e o meu resfriado era a chegada triunfante do inverno.

O Inverno era muito difícil para mim, era a estação do ano que eu mais me trancava dentro de casa, não saia absolutamente para nada, mas agora eu tinha um motivo para sair. Foi a época que menos eu soube de ti, nos desencontrávamos por questões de segundos, o frio era intenso, meus dentes pareciam um triturador, batiam um no outro com toda a força possível, tudo isso para te esperar passar, mas chegava a certo ponto que eu tinha que retornar para casa, pois o meu coração fervia, mas não era capaz de esquentar o meu corpo na neve. Nesse meio tempo você passava, eu te observava pela a janela, toda agasalhada, seu suéter cobria metade da tua face, permitindo-me olhar só os teus olhos castanhos claros. Você passava toda apressada, parecia estar sempre atrasada com anciã de chegar adiantada, usava um batom discreto para evitar pseudônimos cruéis.
            Cruel mesmo era o inverno, o inferno para um homem apaixonado, nada tinha graça sem a minha amada, a amada que eu não sabia nem o nome, conhecia pouco a sua voz,
não sabia quais eram as suas manias , não conhecia os teus medos, muito menos os teus segredos, não sei se era organizada ou não, e nem se tinha defeitos. Mas era a minha amada, talvez eu não era o amor dela, mas ela era minha.
            Meu pensamento é interrompido pelo o noticiário da TV, o jornalista maldoso e frio acabava com minhas esperança de te ver, falando que o temporal tinha aumentado, era seguro cada um ficar trancado em suas casas, fácil pra ele falar isso, que não ficou cinco anos dentro de sua casa. Mas eu tinha que estar bem vivo para ela, confesso que foi a pior coisa depois desse tempo era me trancar dentro de casa até o inverno passar.
           Passando o inverno,  chega a estação mais linda do ano, a estação das flores, deixa o ano mais colorido com a variações de cores. A primavera mudou a minha vida, animado para cuidar das minhas tulipas, vou para fora de casa, abro o portão maior, ligo o som no ultimo volume e te espero passar. Mas você não veio ao nosso encontro, que só que esperava, achei estranho e normal ao mesmo tempo, pois ninguém consegue ser pontual cem por cento. O segundo dia nada de você aparecer, comecei a me preocupar, várias hipotes cobriam o seu lugar, já no quinto dia sem unhas para roer, passo como se não quisesse nada sobre a calçada da sua casa, que aparentava estar vazia, no chão da sua garagem estava o bilhete com o poema que te dei, no verso um endereço, guardei aquele pedaço de papel, e fui em direção a casa da D°. Iracemma, mas foi tentativas em vão, nem ela sabia pra onde ela foi e qual era o nome dela.
            Eu tinha dois caminhos, voltar a me remoer ao mundo nostálgico que eu vivia ou ir atrás
 dela como pista um bilhete.
            Decidir ir atrás dela, mas tinha a reunião do mês no meu serviço, esperei então a primavera passar para eu ir atrás dessa desconhecida que literalmente mexestes na minha vida.
           O verão chega,  à estação mais bipolar de todas, com variações de tempo e de humor, chegada a hora de ir atrás dela.De quem? Não sei, é isso que vou descobrir. Olho bem o endereço no bilhete, não era tão longe, uma hora daqui, nem chega a ser uma aventura como essas dos cinemas que demora meses. Peguei meu carro e entrei na estrada, com várias hipóteses na mente, como sempre. Coloquei uma música suave para amenizar a minha apreensão. Chego na porta de uma casa com muro verde, era o endereço do bilhete, são sete em ponto e como se fosse marcado escuto ‘’ plac, plac, plac...’’ era o barulho do seu sapato, sinto o seu perfume, agora sim estou convicto que estou perto dela.
Sai do carro e vejo ela vindo, sorrindo, olhando para frente, com passos firmes e lentos ela veio se aproximando... Parou na minha frente...
_Eu sabia que você viria.
_De onde vinha tanta certeza?
_Do poema e das tulipas. Só mesmo um homem apaixonado que as mandaria.
(risos)
_Vá embora... e me esqueça.
_Como assim? Provocastes a minha vinda até aqui, pensei que queria retribuir o meu amor.
_Sou mulher da noite, sou de todos e todos retribuo amor quando me destes todo o seu pagamento.
_Se és uma mulher da noite, deixe-me ser o teu sol, para que pelo menos se sinta digna à alguma parte do dia.
_Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que lhe santifica.

_Então deixe-me ser as  tulipas, oh sra. Primavera.
(risos)
Então ela disse o teu nome, Isabela sorriu e me abraçou com toda a sua força...
E no pôr-do-sol pra primavera, eu fiz um poema novo pra ela.

‘’ Ela é a primavera.
A estação mais bela do ano.
A flor mais linda do campo.
A dona dos meus sorrisos tímidos.

Ela é a primavera.
O sol das minhas manhãs.
A saudade das minhas noites.
As lágrimas da meia-noite.

Ela é a primavera.
A moça mais pura que santo.
É pra ela que canto.
O seu nome é Isabela.

A moça que tirou de dentro de mim toda dor.
É pra ela que entrego todo o meu amor.
É pra ela que entrego o meu inverno, o meu inferno.
Pois ela é a calma da minha alma, a sombra do meu deserto.
O seu nome é tão belo como ela, é Isabela, a primavera.’’

Sonhos feminino

[...] _ A sra me concede a honra desta dança?
_Desculpe cavalheiro, mas já estou acompanhada.
_E onde está o cordel que te acompanha?
_Ainda não chegaste, mas logo ele virá montado no seu cavalo branco.
_Tudo bem, desculpe o incomodo.

Horas depois.

_O sr. me concede a honra desta dança?
_A sra não está acompanhada?
_Depende, se você aceitar o meu pedido, estarei.
_Onde está o teu cordel encantado?
_Esperei durante anos por ele, mas não sei se ele sabia que eu estava a sua espera.
Quando já  tinha desistido de esperá-lo, ele chega.
_E onde ele está?
_Bem na minha frente.

FIM

risos

''_Mãe, existe mesmo esse tipo de romance?
 _Claro que sim.
 _Foi assim com você?
 _Não, não é assim com ninguém.
 _Então como existe?
 _Existe nos livros, nos filmes e nos sonhos feminino.''

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Frases, pensamentos, reflexões...

Prefiro não abrir os meus olhos, esse é o único jeito que tenho de achar a vida um pouco justa.


Nenhuma mulher terá tudo enquanto houver flores no mundo.


E se o amor não for um mito, eu o encontrarei, nem que seja no lixo.


Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que lhe santifica.


Permanecerei em silêncio, até quando me convém dizer algo.


Não espere que o tempo cure as feridas que ele mesmo te fez quando esperastes dele a cura.


...E se por ventura alguém de vocês venha presenciar minhas lágrimas fluírem em torno dos meus olhos cansados, não dê gargalhadas, mas se sinta honrada, pois será a primeira pessoa a ver as minhas lágrimas.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Comunicado.

Olá meus queridos leitores, primeiramente tenho que agradecer mais uma vez por gostarem do que escrevo, sem vocês nada do que eu escrevo teria valor. Segundo, venho avisá-los que criei um outro blog, não para textos de poemas, contos etc... e sim para críticas, questionamentos, observações à detalhes sobre qualquer assunto, onde postaremos nossas ideias, críticas etc... Deixarei o link aqui em baixo, caso vocês queiram entender um pouco melhor sobre,    deixe como comentário a sua dúvida que logo responderei. Grato desde já.
Ps: Não pararei de escrever nesse blog.

http://serounaosereisaquestao-leo.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

E se o amor não for um mito?

Na estação de trem daquela pacata vila chamada Santa Maria, havia muitas pessoas, parentes esperando conhecidos ou outros parentes que logo desembarcariam do trem que se aproximava, esperavam ansiosamente pelos seus entes queridos. Se ouve então o barulho confortante dos corações angustiado, o trem vinha vindo, diminuindo a sua velocidade, as pessoas se acumulam na beira do vagão, espremendo-se, lutando por uma brecha se quer de espaço, o trem chega, abre-se suas portas,  e então o tão esperado momento chega, ouvi-se de longe os choros, mãe reencontrando o filho que saiu para estudar, irmão reencontrado irmão e por ai não para o grau de parentesco. O último a desembarca do trem era um sujeito estranho, não havia ninguém ali para fazer uma boa recepção ou alguma saudação como ‘’seja bem vindo’’, era estranho, não só o rapaz, mas aquela vilazinha era tão hospitaleira, como era possível não haver ninguém ali parece o recebê-lo?!
O rapaz desce do trem, devagar, com cabelo grande, bar mal feita, camisa xadrez com apenas alguns botões abotoados, com uma mão ele carregava a mala,  a outra estava enfiada profundamente em teu bolso. Apesar da sua aparência não ser uma das melhores, aparentava ser algum jovem rapaz da cidade grande, de classe média alta, ninguém sabia o que ele queria nem o que ele pretendia fazer em Santa Maria, como o costume do ser humano, todos tiravam concepções sobre ele, vários conceitos.
_Ah! Deve ser um fugitivo da lei.
_Pode ser algum fotógrafo, escritor, jornalista...

Todos estranhavam o rapaz estranho. Após descer do trem, o jovem rapaz caminhou na direção leste, onde o sol nasce (não se sabe se foi uma escolha ou uma mera coincidência).  Caminhava lentamente, prestando atenção em tudo o que via, passa pela a única rua asfaltada da vila, onde a casa mais bonita se localizava, a casa era do Dr. Augusto, o homem mais popular dali. No portão de sua casa havia uma placa ‘’ Procura-se jardineiro, não precisa ter experiências e damos lugar de morar’’  era perfeito para um fugitivo, um escritor, fotografo ou um jornalista, era perfeito para um migrante, o  jovem rapaz bate naquele imenso portão, o próprio Dr. Augusto atende.
_Vim para a entrevista para a suposta vaga de jardineiro! Diz o rapaz.
_Não precisa de entrevista meu jovem, qual é o teu nome?
_David.
_Venha David, lhe mostrei a casa e onde ficará, já está contrato, amanhã de manhã você começa, pode ser?
_Pode ser sim.
_Olha, o trabalho não é difícil, você rega as flores, apara a grama e não deixa nenhum inseto estragar o meu jardim. O horário é você quem escolhe.
_Tudo bem!

David fala pouco, conhece o quarto onde ele irá ficar, já desmonta a sua mala e se deita. No dia seguinte acordar ao amanhecer com o canto do galo, encaminha em direção ao jardim e começa fazer o que lhe foi mandado.Isso se repetiu por várias manhãs, até que em uma bela manhã de inverno, David pega um resfriado, nada demais, mas era algo que alteraria o horário do seu serviço, ele naquele dia foi cuidar do jardim ao entardecer. Cuidava do jardim como se fosse seu, falava pouco, ainda era motivo de observação para os curiosos de plantão, nada que lhe incomodasse, David cantava baixinho, quase nem dava para ouvir, batia os pés no ritmo de sua música e assim fazia o teu serviço, quando quase acabando de cuidar do Jardim, o jovem rapaz ouve uma música instrumental de longe, era LE IT BE de The Beatles, o som via de um dos quartos da casa, David largou a pequena pá e o regador no chão, encaminhou-se em direção aquela janela, com movimentos leves, pois não queria assustar ninguém, ele olhou pela janela e viu uma mulher de costas tocando em um piano branco, uma moça que usava um grande chapéu...
_Encantadora, não? Pergunta o mordomo da casa.
_Sim! Responde o rapaz assustado, não esperando a chegada do mordomo.
_Ela é a esposa do Dr. Augusto?
_Não, o Dr. Augusto é viúvo, essa moça é a sua filha, a única herdeira disso tudo. Responde o mordomo.

David sorrindo vai para o teu quarto, toma o teu banho e deita-se, dormiu ao som da lembrança da melodia que aquela moça desconhecida de chapéu grande tocava em seu piano branco, e todos os dias, aquele rapaz ia trabalhar ao entardecer, ouvindo LE IT BE instrumental.
Certo dia, após o seu serviço feito, o Dr. Augusto, avisou o jovem rapaz que no dia seguinte iria ir a cidade grande fazer compras e o chamou para ajudá-lo, eles iam a tarde, deixando automaticamente o serviço de David para aparte da manhã. Ao amanhecer David se encaminha para o jardim, cuidando primeiro das flores, quando abruptamente o perguntam.
_Bonitas não? Era a moça do piano branco.
_Sim, são lindas! Responde o rapaz.
_Bromélias, são as minhas preferidas, qual você prefere?
_Não entendo muito, mas também gosto das bromélias...
_Meu nome é Rosângela, mas todos me chamam de Rosa.
_Prazer, me chamo David e não teu pseudónimos, mas se tiver algum em vista. (risos)
_Prefiro evitar, sou bem malvada com pseudónimos. (risos)
_É, preciso ir, vou na cidade com teu pai, irei ajudá-lo.
_Bom, então qualquer dia.
_Até.

David vai para a cidade com Dr. Augusto, pensativo, pensava na Rosa, não nas que ele tinha que cuidar e sim a que ele queria cuidar. A partir daquele dia eles mantiveram contato,  cada dia mais intenso, Rosa sempre usava chapéu e nunca tirava, David estranhava aquilo, mas nada iria perguntar.
Era sábado de manhã, o jovem rapaz cuidava do jardim, Rosa chega por trás e lhe tampa os olhos, com os olhos tampados ela o beija, beija e sai correndo, ele se vira e vê ela de costas correndo, David fica encantando mesmo sem saber o que estava acontecendo, naquela tarde Rosa não tocou como o de costume a música LE IT BE e sim toca uma música mais nostálgica e nacional, uma música que previa a morte ‘’ ASSENTAMENTO-CHICO BUARQUE’’
David estranha a variação musical de Rosa, ele vai ao jardim, pega as bromélias mais linda e lhe faz um buquê de flores com um pequeno poema.

‘’ Não seja como as rosas de plástico.
Que são eternas, mas são desprovidas de beleza e não tem nada demais para nos oferecer.
Mas seja como as rosas naturais.
Sensíveis, que precisam de cuidados especiais e que sem esses cuidados vai morrendo aos poucos, com a sua simplicidade chama a atenção de todos e sabe bem como fazer uma pessoa apaixonada abrir um sorriso’’
David vai até o quarto de Rosa e deixa o buquê e o poema em cima do piano branco, depois retornar para o seu quarto e se deita, ficou a noite toda imaginando a reação de Rosa.
Amanhecer, David acordar antes do galo cantar, vai para o teu jardim esperando a moça...O jovem rapaz estranha a movimentação de pessoas desconhecidas na casa, escuta também soluços de choro, encaminha-se então para a janela do quarto de Rosa e vê que o buquê e o poema ainda estavam ali, do mesmo jeito, em cima do piano, logo vem o mordomo e diz.
_Ela era adorável.
_Como assim, era? Pergunta o rapaz assustado.
_Rosa, tinha uma doença a qual ninguém sabe qual é, uma doença que de tão forte, fez cair os teus cabelos, a obrigando usar chapéus sucessivamente.
_Não sabia, ela não me disse nada, cadê ela?
_Ela...todos dizem que os mortos vão para o céu, se isso não for mito, é lá que ela está agora.

David desorientado,  sem saber o que fazer, o que falar, vai para o quarto de Rosa, senta no banquinho em que ela acostumava sentar quando tocava, olha pro chão e vê um pedaço de folha, com um pequeno texto escrito.
‘’Se os mortos vão para o céu, o meu lugar deve estar reservado, foi bom te conhecer, não queria que se apaixona-se por mim para sofrer depois, seria egoísmo meu, sei que mesmo não parecendo, pensei primeiro em ti quando não revelei meus sentimentos, você me ensinou a sorrir de novo, foi difícil como uma criança aprende a andar, sei que talvez o meu erro seja imperdoável mas fiz por amor. Cuide das nossas bromélias, eu fui embora mas eu nunca direi adeus. ‘’
Rosa.
David não chora, mas sente no fundo aquelas palavras pesar no coração. No dia seguinte, ele pega as suas coisas e vai embora, desce em outra vila ou cidade qualquer, e é mais uma vez um sujeito estranho para todos, e tudo novamente se repete, só muda o lugar e as pessoas. David vaga por novos vagões em novas estações procurando aquilo que vê nos filmes e lê nos livros. ‘’ E se o amor não for um mito, eu o encontrarei, nem que seja no lixo’’

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ela voltou

Ela voltou junto com a primavera
ainda mais fria, ainda mais bela
com segredos escondidos a sete chaves
ironizando o futuro, desligando-se do passado.
Já não se emociona com poemas e buquê de flores
não se importa mais com seus antigos amores
ela veio em preto em branco
assinalando as mudanças que o tempo fez
deixando as suas cores para o belo jardim do amor,
as cores que se escondem atrás de uma nuvem negra carregada de rancor.

Ela voltou, com coisas que não lhe pertence
Talvez ela tenha roubado aquele riso tão descontente.
Não é dela aquelas palavras
Talvez ela tenha pegado de pessoas frustradas.

Com a primavera ela se  foi
Prometendo que voltaria
Não do mesmo jeito
Não do jeito que ela gostaria.
Partiu de mim dizendo uma frase bonita.

‘’Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que te santifica’’

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Velhas gavetas e grandes recordações.

E ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno.

Caminhava de volta para casa, era fim de tarde, sábado, o sol já se escondia atrás da linha do horizonte, na travessa de uma rua com a outra, passo por aquela a rua, aquela que já foi palco de muitas promessas sua, veio aquelas lembranças em minha mente, é estranho, mas as lembranças tinham cheiro de terra molhada, aquele cheiro que fica após a chuva, parei ali na esquina, fiquei fingindo que estava esperando alguém, talvez estaria te esperando, mas você não sabia, e nem veio ao meu encontro. Fiquei olhando para aquela rua horas e horas, me vi sentado na calçada, encostado no muro, vi você deitava em meu colo, de lado os nossos óculos, é literalmente nunca tivemos uma boa visão do futuro.Vi você me jurando eterno amor, te vi me beijando com calor, me vi acreditando em tuas palavras, como se elas tivessem realmente algum valor.
Continuei caminhando, agora com passos mais lentos, chego em casa e em velhas gavetas eu mexo, pego algumas cartas suas, resgato o meu passado, coisas que já estavam semi-enterrados, coisas que era melhor nem ter visto. Leio tuas cartas tão apaixonadas, com letras de canetas esferográfica, com cores diferentes, adesivos de coração, até tinha uma foto da gente. Mexo em uma gaveta um pouco mais recente, pego a única carta que tem, é sua, é claro que era sua, mas essa eu nunca tinha lido, era um envelope preto, nada apropriado para uma carta romântica e quem disse que era uma carta com palavras clichês?! Estava escrito com palavras afiadas, uma única cor de caneta, uma carta escrita rápida, a letra até estava um pouco feia, aquelas palavras foram tão amargas de tragar, foi doído cada trecho que li, parecia que eu não ia aguentar lê-la até o final, é, mas consegui e tirei a prova real que eu não te conhecia tão bem como por muitos anos eu pensei, você se contradizê, e suas promessas não foram mais além do que palavras jogadas ao vento.
Mas ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno, pode passar milênios eu nunca irei esquecer de cada momento singelo nosso, tudo que fizemos está eternizado no tempo, temos coisas boas e ruins para nos lembrar, coisas pra rir e pra chorar, o fim é isso, algo pra não se esquecer, algo que sempre iremos nos lembrar, algo que nunca terá fim...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

É, eu me lembro.

Te ofereci muito, muito pouco em relação ao que me destes nesses últimos meses.Talvez não faça tanta diferença pra ti, mas pra mim foi o começo de uma vida que eu pensava que já tinha acabado. Quantas vezes ficamos parados, olhando um para o outro, sem dizer uma só palavra e nem precisava, pois nos entendíamos completamente com um olhar, o teu olhar castanho claro que trocava de cor de acordo com tua roupa ou com o teu humor, é eu lembro de tudo isso que você me disse há alguns meses atrás, você sempre me dizia que eu nunca prestava atenção nas tuas palavras, mas tenho que confessar que fingia esquecer só pra mais uma vez te ouvir dizer. Lembro também das nossas risadas insanas que dávamos quando você dizia alguma palavra errada, você odiava quando eu te corrigia, mas sei que no fundo me agradecia. E quando você vinha falar mal da roupa de alguma menina ou até mesmo de um menino, riamos juntos, as vezes a barriga até doía, e as tuas lições de vidas, teus ciúmes que você nunca assumia, teus lindos sorrisos que você emitia todos os dias de segunda a segunda, é eu me lembro. Lembro  também de quantas vezes você me protegeu das pessoas maliciosas que se aproveitavam de minha inocência, quantas vezes você conseguio arrancar de mim um sorriso sincero, até mesmo quando eu tive vontade de chorar. É, eu nunca me esquecerei das tuas lições de etiqueta, proibido cotovelos na mesa, não fale de boca cheia.
Eu ia lá só para te ver e quando você não estava, eu me sentia perdido, como um estrangeiro em uma cidade vazia, e no outro dia de uma forma bem discreta eu queria saber o que tinha passado em tua vida, nos mínimos detalhes, até o que você sentia. Eu já não estranhava a sua in-simpatia com os outros, apesar de você sempre falar que éramos diferentes, pois eu sempre fui mais sentimental do que você, e você ria quando eu falava que os opostos se atraem, nunca se emocionou com os meus poemas, não lhe importava se eu escrevia, se eu te descrevia. Cantávamos juntos a mesma música baixinho, sempre no mesmo ritmo, nada era ensaiado, e mesmo assim era mais belo do que um concerto, e eu confesso, que sempre cantava mais baixo do que você, pois eu sempre adorei ouvir tua doce voz, nunca me enjoei, seria impossível enjoar...
E quando você chorou perto de mim, meu coração se partia a cada lágrima escorrida, eu não podia fazer nada para impedir, mesmo assim você teve força suficiente pra me dar um sorriso, sei que era fingido, mas era pra só pra me tranquilizar, era até engraçado pois você se achava egocêntrica e mesmo não percebendo ou não querendo assumir, sempre pensava primeiro em mim.Há alguns meses atrás, eu tinha vontade de ir lá, eu te via, conversamos horas e horas, todos entendiam, ninguém nos atrapalhavam, pelo ao contrário, quando estávamos juntos todos respeitavam, mas longe de ti eu não sou ninguém, fomos feitos em pares, sem ti eu sou ímpar, sem sequência, sem frequência, sem vida, mas eu sabia que não seria pra sempre e por isso eu aproveitava tudo até onde me convinha. E quando veio aquela dúvida maldita, que medo, que pesadelo mas pela a primeira vez eu não me arrependi de ter feito uma escolha, é eu estaria mentindo se dissesse que foi fácil lhe esconder o que eu sentia, ainda mais quando eu te via, sozinha, pensando não sei o que, talvez na vida.
Agora te vejo indo e vindo, as vezes rola um ''oi'' um ''tchau'' e as vezes nem isso, muitos dizem ''vale correr o risco'' vai que eu  perco o pouco de ti que me sobrou, é, prefiro não correr o risco, eu não sei se você entendia quando eu te olhava meio aflito querendo dizer algo, queria dizer tudo o que sentia e lhe pedir um abraço, sei que saberá que é pra você quando ler e quando ler, me procure o mais depressa possível e quando me encontrar, não diga nada, nenhuma palavra, pois é assim que nós nos entendemos melhor, me olhe bem no fundo dos olhos e me abrace logo, faça-me feliz, seque as lágrimas que hoje escorrem em meus olhos por causa de ti.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Prefiro não abrir os meus olhos, esse é o único jeito que tenho de achar a vida um pouco justa.

Carta de alforria!

Deixe-me ir, esse não é o meu lugar, não sei pra onde vou, só sei que não quero ficar. Não venha atrás, me deixe em paz, pois já sofri demais por esse amor. Não irei atrás da felicidade e sim de bons momentos, pois a tristeza precisa do seu espaço para aprendermos a da valor a simples sorrisos e pequenos gestos. Não me impeça com falsas promessas, não me peça para ficar e nem me diga que dessa vez irá mudar, aproveite o teu mundo pois talvez você nunca saiba como que é amar. Amanhã de manhã irei partir, vou para não voltar, fique com suas bromélias e com a sua ingratidão, pense nas palavras que me disse, coisas que atribuíram para partir o meu coração. Mas são essas mesmas palavras que me deram a coragem de te escrever está carta de alforria, sim, carta alforria, eu era escreva do seu amor, sou a mulata que você açoito, me feriu e me causou dor. Espero de todo o coração que logo o teu consolo venha, creio que não será difícil, vai na Rua Augusta, paga por amor que eu te dei de graça, pegue qualquer prostituta, se divirta e se lambuza, mergulha no teu vazio, pois foi só isso que lhe sobrou. Não grite por socorro nas noites frias, pois não estarei ai para lhe dar apoio, e com a mesma dor que você talvez terá de ler isso, eu tenho de escrever, mas como me disseram esses dias '' É preciso saber viver'' a liberdade me espera meu amor, não a tempo há perder, eu não quis assim, assim quis você, agora a vida ali fora me espera, quem sabe um dia nos encontraremos, mas não conte com isso, pois será em lugares distintos que frequentaremos, aproveite a amarga liberdade que você mesmo conquistou, antes de ir, te peço por favor, não culpe ninguém pelo o seu fracasso, foi você quem quis assim, quando pegou qualquer uma na 25 de Março, agora você irá mendigar até um simples abraço...Adeus!

O único (a)

De todas as mulheres que passaram em minha vida, apenas uma ficou, mesmo partindo procurando liberdade, deixou os teus dias vazios e ingratos para me lembrar de como foram cheios de cor aqueles dias cinzentos e como foram doces nossos dias amargos.
De todas as mulheres que passaram em minha vida, ela era a única que guardava dentro de si lágrimas, lágrimas que tinham medo de cair, não por vergonha e sim por receio de não serem compreendidas, se escondiam atrás de sorrisos indecisos, forçados e forjados.
De todas as mulheres que passaram em minha vida, ela era a única que fazia-me sentir perdido em meu próprio caminho, vagávamos nos vagões vazios dos nossos próprios corações, ajoelhávamos e fazíamos orações com ritmo de canções que nós lembravam momentos menos infelizes.
De todas as mulheres que em minha vida passaram, é dela que eu lembro todos os dias, não com lágrimas, com sorrisos ou com qualquer outro sentimento ou ressentimento, era apenas com a saudade, não apenas de dias que já foram, mas também de dias que nunca viram, e de dias que ainda viveremos em vão.
De todos os homens que na vida dela passaram, não fui o único que ele disse que amava, mas fui o único pra quem ela realmente demonstrou o verdadeiro amor, e de todas as vidas por qual já passei, todos tem alguém para chamar de único, mas não sei se sou o único da vida de alguém.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ela é a primavera

Ela é a primavera.
A estação mais bela do ano.
A flor mais linda do campo.
A dona dos meus sorrisos tímidos.

Ela é a primavera.
O sol das minhas manhãs.
A saudade das minhas noites.
As lágrimas da meia-noite.

Ela é a primavera.
A moça mais pura que santo.
É pra ela que canto.
O seu nome é Isabela.

A moça que tirou de dentro de mim toda dor.
É pra ela que entrego todo o meu amor.
É pra ela que entrego o meu inverno, o meu inferno.
Pois ela é a calma da minha alma, a sombra do meu deserto.
O seu nome é tão belo como ela, é Isabela, a primavera.

Maria do bairro.

E ela vem com o andado rebolado, paralisa os carros do sinal
ela é a morena que desfila, acha que toda rua é passarela de Carnaval.
Ela tem o nariz todo empinado, usa um batom vermelho escaldante
seus cabelos são pretos cacheados, teu sorriso é coruscante.
Todo dia ela passa de salto alto, vai se achando a rainha da praça
acha que é a garota de Ipanema, a coisa mais linda, mais cheia de graça.
Ela é a Maria do Bairro, mais conhecida como a Maria de todas
ela não é paga para fácil tirar a roupa.
Toda noite ela sai com vestidos bem curtos,
expondo as suas coxas nas rodas de samba, lá do morro
ela sempre consegue o que quer, ela chama a atenção de todos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mais pensamentos, frases, reflexões...

Sou um poema esquecido na mente de um poeta.
-
Não dêem de mão beijada as repostas que você demorou a descobrir, pois se dermos as respostas para quem ainda estar a procurando, arrancaremos dessa pessoa toda a graça da vida.
-
O adeus nada mais é do que uma nova oportunidade de recomeçar.
-
Resgate aquilo que te faz sorrir, pois a vida é curta demais para fingir um sorriso.
-
Não confie na sorte, apenas faça ela ser sua, pois todas as vitórias foram semeadas após a luta.
-
Não espere que o tempo cure as suas feridas, mas cure as feridas que o tempo te fez, quando esperastes dele a cura.

sábado, 9 de abril de 2011

Até logo!

As palavras são a minha vida, elas quem me constroem, elas que me destroem. Mas chega um certo momento que elas se ausentam, por tempo indeterminado, elas perdem o seu cargo de vida, apenas fazem parte dela, e nesse caminho submerso, elas vem perdendo utilidade no universo, talvez seja eu que não sou mais o escolhido para que elas se fluem em escritas ou em diálogos. As palavras não mostram mais o meu retrato, elas me formaram e me deformaram, dando-me a liberdade de inventa-las, descobri-las ou dá novos significados a elas. Chegam um momento que a tristeza nos abordam de tal forma, que a felicidade nos abordam de tal forma, que a insegurança, o medo, a dúvida de ter dúvida nos abordam de tal forma, que as palavras não tem poder suficiente para expressar tudo o que sinto. Eu sou a própria palavra viva em vida, sou todas as letras em conjunto, eu quem formo a poesia, eu sou a frase que impacta o mundo, por isso me ausento por tempo indeterminado, não sou mais as suas vidas, apenas faço parte delas, do seu futuro ou do seu passado, mas faço. Quando eu tiver o que escrever, prometo que virei rapidamente para postar, não morremos por falta de léxicos, se fossem assim, mudos não existiriam. Logo retornarei com um conjunto de mim mesmo, um conjunto de palavras, estou me dedicando ao meu livro, que logo juntos o prestiaremos. Fiquem com um pedaço de mim, este blog, textos que foram úteis um dia para expressar o que eu sentia. Isso não é um adeus e sim um até logo.

sábado, 2 de abril de 2011

Amar não é querer a pessoa amada do seu lado, amar é desejar a felicidade de todo o seu coração para a pessoa amada, independente com quem ela esteja...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Amor Barato

Faço o teu gosto, beijo o teu rosto e digo que sou sua.
Me tira a roupa, alisa o meu corpo e me deixa toda nua.
Te faço pensar que tem poses de mim,
te induzo ao pecado, realizo as suas fantasias
em troca de qualquer trocado.
Te abro um sorriso, invento o que sinto
te iludo com promessas.
Quando o sol, já não estou mais contigo
já não tem mais poses de mim.
Sabes onde me encontrar, quando for me procurar
mas fique ciente que se queres o meu amor, terá que pagar.

Mil pedaços

Vou me encher de esperanças, como uma criança que sabe o que quer.
Vou me envolver em teus braços, fazer um pacto com o teu coração.
Vou me perde no teu corpo, olhar em teu olho, e te fazer mulher.
Vou simular um adeus, só pra ouvir você pedir, não se vá
não se aparta de mim, diz que ama, me leva pra cama, e me faça teu...
Diga que sou o teu homem, me fere e me come, com todo o amor.
Deixe-me em mil pedaços, recolhe meus cacos e me faça novo,
de novo, me faça teu.
Conheço todos os teus traços, lhe pego, lhe abraço e te juro o meu amor.
Simulas uma angústia, só pra me ouvir pedir, por favor mil desculpas,
me encho de culpa e repito  isso com uma fisionomia de rapaz maciço.
Não resista se entrega em meus braços, deixa de lado todo o amargo
desse amor com gelo e com uma doses de limão.
Deixei tudo pra depois, só não deixa o meu coração.





Escrevo

Escrevo esse poema com o coração divido
entre dois universos totalmente diferentes
e submersos.
Escrevo pra tentar enganar a solidão
escrevo, pois é a minha única paixão
que tenho certeza que tenho,
escrevo com lágrimas nos olhos
e com sorriso na boca
escrevo forçando rimas, rimas atoa.
Escrevo sem rótulos ou rotulado na liberdade
esse é o meu único jeito de enganar o meu coração
que acredita na felicidade.

Em cima do muro

Sou Flamengo sou Vasco
torço pro Palmeiras e pro São Paulo
sou esquerda e direita
sou contra e a favor do aborto
gosta e não gosto do seu retorno.
Sou brasileiro e americano
japonês e cubano
Sou da Bahia, de Curitiba
de Goiás e de minas,
conheço e desconheço as minhas primas.
Uso terno preto
e camisa cavada
sou tudo
sou nada
o pouco e o muito
sou como todos, vivo em cima do muro.

terça-feira, 29 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

As quatro estações

As folhas secas cobrem o meu jardim, o outono demora a passar, varro as folhas enquanto te olho pela a janela, caminhando sobre minha calçada . Você passa ali todos os dias, na mesma hora, do mesmo jeito, com o mesmo andado, parece que...Não sei com o que se parece, mas sempre paro para te olhar, confesso que sinto um pouco de inveja, pois minha causada tem o privilégio de sentir os teus pés sobre ela. Te vejo todos os dias as oito horas da manhã e as oito horas da noite, vai com a cabeça baixa e vem com a cabeça mais baixa ainda, passos firmes e decididos, sorriso discreto (se é que aquilo pode-se chamar de sorriso). Cabelos pretos e amarrados, roupa bem passada, não usa brinco (pelo menos nunca vi) e usa um discreto batom marrom, para evitar certo pseudónimos cruéis. De vez em quando, nos encontramos na calçada, na nossa calçada, te comprimento, você olha pra mim e só balança a cabeça, eu até entendo mas prefiro fingir que não. Já fazem três anos que você mora na minha rua, no máximo trocamos cinco palavras.
_Moço, o lixeiro já passou?
_Sim!
_Ah, obrigada.
Conheço pouco sua voz, não conheço nenhuma mania sua, não sei teus medos, não conheço os teus segredos, não sei se é organizada ou não, muito menos sei dos teus defeitos. Só te conheço por minha calçada, os poucos segundos que ela fala de ti, quando passas ligeiramente sobre ela, enquanto fico pela janela te observando as oito da manhã, em mais uma sexta-feira de outono.
No inverno, passa sobre minha calçada toda agasalhada, o seu suéter cobre um pouco a tua face, permitindo-me olhar só os teus olhos, agora mais do que nunca, será impossível saber se andas sorrindo ou não, e tento por frações de segundos decifrar teu olhar , mas me entristeço, pois não sei bem o que ele me diz, é como se eu fosse um estrangeiro que não sabe falar a língua dos teus olhos, talvez eu seja apenas um turista em teu País, teu olhar talvez esteja em silêncio, assim como você, mas isso nunca irei descobrir no inverno.
Chega-se de uma forma triunfante a primavera, a estação mais bela e regada de cores fortes e chamativas, mas ainda és uma mulher discreta, vestido singelo, passa sobre minha calçada com uma enorme bolsa, parece que carrega o teu mundo lá dentro, olha pra mim e abre um sorriso bem indeciso, não se sabe se lhe convém aparecer, logo o retribuo.
_Bom dia.
_Bom dia.
_Dia bonito, não?!
_Sim, muito bonito, bom deixa eu ir.
Andas sempre compressa, parece que anda atrasada com vontade de chegar adiantada, e ela vem e vai de cabeça baixa, trocamos as vezes algumas palavras, e eu ainda sinto inveja da minha calçada.
E então, chega o verão, uma estação bipolar, a estação nada parecida com a mulher tão decidida como a que passa sobre minha calçada. E finalmente consegui saber o teu nome, através da D°.Iracema, a senhora mais fofoqueira da rua (é estranho dizer isso, mas a fofoca tem lá os seus lados positivos). O seu nome é Isabella, eu sabia que tinha bela no nome, era como se eu tivesse achado um tesouro ou descoberto tudo sobre você, mas o meu lado racional dizia pra eu não me alvoroçar, pois eu tinha apenas descoberto o teu nome. Já se tem três anos que mora em minha rua, três primavera, três verão, três outono e três inverno, que fico te observando enquanto passas em minha calçada, parece engraçado, mas não tem graça ter um amor platônico.



sexta-feira, 18 de março de 2011

Minha Mangueira

Maria dançava sozinha na passarela
Enquanto toda a escola de samba tocava pra ela.
E o último da banda
um surdeiro não tirava os olhos de Maria
que foi enfeitiçada pelo o ritmo da batida dos tambores.
Ela estava toda fantasiada,
o corpo e os olhos maquiados
gritava o nome de sua escola com o coração
de acordo com o enredo.
Maria sambava por amor
com um sorriso paralelo no rosto
mais uma filha fiel com o coração verde e rosa.
E o seu samba contagiou todo o sambódramo
e todos dançaram junto com ela, uma só alegria.
E aquela avenida não foi mais a mesma,
todos gritavam junto com Maria '' MINHA MANGUEIRA''

A vida é um poema

A vida é um poema
E todos nós somos poetas.
Agora é você quem escolhe
se seu poema terminará
com um ponto final
ou com reticências...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tulipas

Não espere que alguém lhe trague rosas em um dia chuvoso.
Mas leva rosas ou algumas tulipas a alguém, que mesmo
que o tempo esteja ensolarado, pra ela estará chuvoso.

O sino do relógio da igreja

Dom...dom..dom...E o sino do relógio da igreja daquela pacata cidade bate mais uma vez, avisando para alguns que já é hora de dormir e avisando para outros que já é hora de ir trabalhar.O sino batia em doze em doze horas, por um simples homem que zelava da igreja, o único morador que tinha um relógio móvel naquela cidadizinha, pois os demais moradores confiavam cegamente na pontualidade do relógio da igreja.
Ao passar dos anos, aquela cidadizinha foi perdendo o seu estereótipo de pacata, refugiando ladrões das grandes cidades. Mas aquela cidade não era propício para roubos e furtos, pois a maioria dos maradores eram senhores e senhoras que não se importavam com o modernismo daquela época. E a coisa mais exuberante, mais magnífica daquela cidadizinha era o relógio (por completo) da igreja, não só por causa da sua grandeza e sim por ter contido dentro de si toda confiança dos moradores daquela cidade.
Aquela igreja acompanhava a cidade desde o seu início, com o som triunfante e pontual do sino do relógio, que batia em doze e doze horas. Em conjunto, os poucos ladrões que haviam na cidade, assassinaram o zelador da igreja e furtaram o sino do relógio, e até hoje não encontraram o corpo do único morador que tinha um relógio móvel naquela cidade, o sino roubado rendeu muito dinheiro para os ladrões, vendendo para os varões de cidades vizinhas, possibilitando então a saída dos mesmo da cidade. Nem juntando todo o dinheiro, não era possível comprar outro sino para o relógio da igreja, pois o comércio de sinos não era frequente, aumentando o seu preço pra mais do que o normal, e como consequência a cidade virou uma verdadeira anarquia e perdendo cada vez mais o seu estereótipo de cidadizinha, abrigando novos e agitados moradores que se sentiram atraídos pela a sua euforia.
E ao passar dos anos, o relógio móvel então ali chegou, nada que tragara a ''cidadizinha pacata'' de volta, e dos antigos maradores, não tem nenhum vivo para contar e comprovar essa história, e a cidadizinha virou a grande Brasília capital do Brasil.

sábado, 12 de março de 2011

O beijo de Macarujá

E quando os meus lábios tocaram os seus involuntariamente, trêmulos e ardentes, me senti como a única rainha do teu castelo, como uma criança que acredita em contos de fada ou em finais felizes, fiquei enfeitiçada pelo o doce sabor do seu  beijo de maracujá.
E quando os nossos corações tentavam entrar no mesmo ritmo, como uma orquestra desafinada sem timbre, meu coração sempre batia mais rápido e desesperado, atrapalhando o nosso concerto.
Nossos suspiros foram tão intensos, nossos lábios estavam sempre em movimentos, em uma velocidade quase inexistente.E vagarosamente me entreguei inteira pra ti, lhe dei um amor carente que não era exigente, que não exigia muito de ti.
Nos meus olhos fluíam-se as lágrimas, enquanto os meus ouvidos ficavam encantados com as suas palavras tão belas, tão sinceras e afiadas como uma faca, que cortava o meu coração que se iludia de promessas eternas que não foram cumpridas.
Suas coxas se faziam de cobertas para as minhas naquela madrugada fria, o seu suor não era capaz de esconder o teu sorriso malicioso, que na hora parecia tão inocente, carente e insosso.
Insano foi a forma que me deixe ser levada por ti, ou melhor, que deixei você invadir o meu coração assim tão abruptamente, fazendo de mim um mar de ilusões.
Covardemente você me deixou após ter o que queria, acenou e sorriu dizendo que satisfiz o teu desejo.E o que tinha começado com um doce beijo de maracujá, terminou com um amargo desprezo e abandono, com um sorriso irônico ele me disse adeus.

sexta-feira, 11 de março de 2011

...E se por ventura, alguém de vocês venha presenciar minhas lágrimas fluírem em torno dos meus olhos cansados, não dê gargalhadas, mas se sinta honrada, pois será a primeira pessoa a ver as minhas lágrimas.

Deixe o sol te ver

(Música)

Deixa o tempo te encontrar
de qualquer jeito
em qualquer lugar.
Acompanhada ou sozinha
triste ou vazia.

Deixe o sol te ver
deixa o arco-íris aparecer
depois da chuva, depois da curva (Logo ali)

Sinto o vento lhe tocar
e venha comigo brincar
o tempo logo vai acabar
e eu não quero arriscar
os seus abraços, o teu amparo
o teu carinho, o meu sorriso.

Deixa a poeira abaixar
logo o avião vai pousar
e então eu vou chegar
sorrindo, chorando
cantando esse refrão.

Deixa o sol te ver
deixa o arco-íris aparecer
depois da chuva, depois da curva (Logo ali)

terça-feira, 8 de março de 2011

O valor da vida

...E dizem que sou cruel, alegando que matei a minha amada, eu não a matei, apenas aliviei a sua dor. Quando ela estava no alto do monte Everest, sem oxigênio, mordendo os próprios lábios de tanta agonia...Aquela situação era agonizante para ambos, sem pensar muito eu revolvi beija-la, assim seu coração batia com mais velocidade emancipando a sua morte, era o único jeito de conter a agonia de minha amada. Não sou mau e acreditem, eu a amo, foi difícil fazer isso mas apenas realizei o desejo que seus olhos desesperados me pediam, aliviei a sua dor, não a matei pois ela esta eternizada no tempo, apenas  retirei a sua vida por amor. Queria que eles estivessem no meu lugar, sendo o amor da sua vida ali, sem ar, em uma desesperada luta contra a agonia ou o medo, sei lá, tenho certeza que se fosse com eles, fariam o mesmo.
Agora, eu estou eternizada no tempo, não sofro, mas temo algo que não sei bem o que é, estou livre do desespero, não sei se isso é bom ou ruim. Vejo pessoas vestidas de mantos brancos e outras de ternos pretos, sou a unica que parece estar vestida diferente, com um vestido azul de seda reluzente, não sei pra onde sigo, apenas caminho junto com a multidão. Vejo algumas pessoas retornando (não sei da onde) mais aliviadas e ouço de longe gritos de desesperados.Passei por um lugar escuro, sozinha, mas algo me dizia pra sempre seguir enfrente, uma voz e uma força me acompanhava, vi coisas que não sei se posso chamar de pessoas, pois tinham corpo de cavalo e várias cabeças, me olhavam dos pés a cabeça, mas não conseguiam chegar perto de mim, logo encontrei uma saída, uma luz forte veio em minha direção e me deparei com um lindo jardim, uma mansidão, era diferente de tudo que eu já tinha visto até aqui, era fantástico, sobrenatural, ali havia a paz que eu tanto procurava  e não achava, mas veio um vento contra mim, um vento forte que me fez cobrir os olhos com o meu vestido azul de seda, quando abruptamente tudo fica em silêncio e sem cor, e aos poucos e vagamente vou escutando vozes, vozes talvez de alguns parentes, epa, essa voz é do meu amor, chorando, porque será? Ouço mais gente, dizendo que eu não vou aguentar...Abro os olhos, cansada, desesperada mas com um breve um sorriso no rosto, vejo minha família, aparentemente felizes por me verem bem, eu fui mais além do que a capacidade humana possa imaginar ou que a ciência consegue explicar.Fiquei em coma e vi o fim, acho que todos deveriam ficar em coma apenas um dia, para terem noção do valor da vida.


segunda-feira, 7 de março de 2011

Rosas de Plástico e Rosas Naturais.

Não seja como as rosas de plástico.
Que são eternas, mas que não fazem parte da natureza, não tem perfume e ainda são desprovidas de beleza.
Mas seja como as rosas naturais.
Sensíveis, que precisam de cuidados especiais e que sem esses cuidados vai morrendo aos poucos, com a sua simplicidade chama a atenção de todos e sabe bem como fazer uma pessoa apaixonada abrir um sorriso.
Não seja como as rosas de plástico.
Que qualquer um possa toca-la sem ao menos ter os olhos enfeitiçados por sua beleza, sem ter o respeito pela sua fraqueza, sem ter o cuidado com os teus espinhos que servem de defesa.
Mas seja como as rosas naturais.
Que não simulam uma grandeza, que não se acanhe com a sua pureza, que sabe como alegrar alguém, que sabe o que lhe convém e que necessita de carinho, pois as rosas naturais não conseguem viver sozinhas.As rosas naturais são femininas, delicadas e preenchidas de beleza natural.
Diferente das rosas de plástico.
Que enfrentam a primavera com sarcasmos, acha tudo uma bobeira de estado ou de estação, só porque elas não conseguem chamar a atenção.
Mas seja as rosas naturais.
Que se exibem na primavera, que faz a estação ser a mais bela, que destacam-se em meio ao um campo minado de flores. As rosas naturais só aparecem uma vez por ano, fazem todos ficarem aguardando a sua vinda triunfante acompanhada e regada de chuva.
Seja a rosa natural, e tenha por sua vez as coisas de bem, pois isso lhe convém.

Algo que nunca terá fim...


_Eu te amo, eu te amo, eu te amo...
diz ele incansavelmente a ela.
Ela não sabe o que dizer,
ele não sabe parar de falar.
até que... (silêncio)

_O que você esta fazendo? pergunta ele.
_Escrevendo em meu diário! responde ela.
_Tem algo sobre mim ai, nesse seu diário?
_Só escrevo aqui sobre coisas boas.
(silêncio)
(risos)
_Calma seu 'bobo', lógico que tem coisas escritas sobre você.
(ele respira aliviado)
_O que exatamente tem sobre mim ai?
_Não posso falar.
_Tudo bem, não vou insistir.
_Hum...
_Eu te amo...
_Hum...
_Em vez de dizer 'hum' diz que me ama também.
_Pois é...
(suspiros)
_Não se preocupe, logo tu se esquece de mim.
_Não responda por mim.
_Para de querer ser diferente.
_Não quero ser diferente, apenas não vou te esquecer.
_Todo mundo vai me esquecer.
_Não, eu não vou.
_Vai sim, pois você se inclui nesse todo mundo.
_Em tudo que eu fizer, filmes, teatros, textos, livros você vai estar no meio...
_Não, não, você nem vai se lembrar de mim mais daqui uns tempos.
_Realmente, nem irei lembrar mais de você, pois não tem como lembrar de alguém que nunca se esqueceu.
(risos)
_Eu te amo.
_Hum...
_Diz que me ama também...

tu, tu, tu...
cai a ligação, pelo menos é isso que ele pensa.

No outro dia ela liga.
_Oi, liguei só pra lhe dizer que já viajei, agora querendo ou não vai ter que viver sem mim.
_Porque foi sem me avisar?você sabia que eu queria te ver antes!
_Porque seria mais doído dizer adeus olhos nos olhos e...
_E...?
_E, pessoalmente eu sei que eu não aguentaria ficar sem lhe beijar e se isso acontecesse, eu tinha certeza que eu não conseguiria partir.
_Então, realmente chegou o fim?
_O fim, o fim não importa. O que tem mais valor já foi vivido, as brincadeiras, nossos momentos especiais em lugares especiais.Afinal o fim é isso, ter alguma coisa pra se lembrar, alguma coisa para não se esquecer, alguma coisa que nunca terá fim.    _Então até um dia.Diz ele.
_Eu te amo.diz ela.

tu, tu , tu...

A ligação cai, pelo menos é isso que ela pensa.



*


 [...] -Só quero saber até quando você vai se desviar de mim! Diz ele inconformado depois que ela mais uma vez se recusa a falar sobre eles.
-Isso é um trecho de algum livro? Reponde ela com ironia.
-Não!
-Quem está se desviando de você?
-Você, uai.
-Não tô.
-Quero ver até onde isso vai chegar...
-Pois eu prefiro nem imaginar.
(Silêncio)
-Você tem certeza que te faço bem? Pergunta ela.
-Não tenho dúvida. Responde ele.
-É porque você fala comigo com tanta tristeza, com tanta frieza.
- O problema não está na gente, e sim nessa maldita distância que nos separam.
-Eu já tive essa conversa antes.
-E como ela terminou?
-Com promessas.
-Então vamos fazer o máximo para que dessa vez não termina com promessas.
(silêncio)
-Você leu aquele livro que lhe recomendei? Pergunta ela.
-Viu como você se desvia de mim?
-Mas eu não estou me desviando.
-Esta sim.
-Eu não posso lhe oferecer mais do que minhas palavras.
-Então ofereça-me as suas palavras.
-Eu te amo porra, é isso que você queria ouvir? Pronto, ouviu. Responde ela indiganada.
-Foi da boca pra fora.
-Eu gosto de verdade de você, e isso nunca irá acabar.
(risos)
-Porque você está rindo? Pergunta ela um pouco confusa.
-Mais uma conversa que termina em promessa. Responde ele.
-Não, essa conversa não terminou em promessas.
-Se não foi uma promessa, o que foi então?
-Foi promessa, mas a conversa não terminou, essa conversa será eterna, pois a única coisa que posso lhe oferecer é isso, minhas palavras.
-Esse diálogo daria uma bela poesia.
-Então escreva.
-Quem sabe um dia eu venha escrever, o dia que tudo isso terá fim, sendo bom ou ruim, como ou sem sarcasmo, um dia irei escrever para preencher esse imenso espaço em branco existente entre a gente, um espaço em branco de mais 2.029 km …
(risos)
-Porque você está rindo? Pergunta ele.
-Se a nossa conversa será eterna, essa poesia nunca terá fim. Responde ela.
-Terá fim sim, pois quando eu conseguir vencer essa barreira de 2.029 km, irei escrever um livro ao em vez de poesia.
-Essa poesia é o livro.
-Faz sentido...
-Agora vou sair, já está tarde, amanhã conversamos mais, pois tudo isso nunca terá fim, não é mesmo?! Amanhã damos continuidade a esse livro ou poesia.
-Tudo bem, amanhã damos continuidade as nossas vidas.
E essa conversa está eternizada (não enterrada ) no passado, ainda não teve fim,  pois para um dos dois se não para os dois, tudo isso vai continuar existindo...