Venha, com rancor, com ódio, na boca, nos olhos, mas não
deixe de vir.
Venha, com sarcasmo, com orgulho, com fracasso, com vontade
de desistir de tudo.
Vem, com veneno no sangue, entra em minha mente com aquelas
suas besteiras mirabolantes e encha-me de suas verdades.
Venha, com lágrimas nos olhos, com o gosto amargo do
desgosto. Com as falhas e folhas secas do mês de agosto.
Amor, venha, mesmo com o passado vivo no presente, mesmo que
no seu futuro não exista mais ‘’ a gente’’
, mas venha, com qualquer andado e com muita fé, com retratos despedaçados em
preto em branco, com o caminho torto e com pouca noção da razão.
Venha, de qualquer forma, a qualquer hora, com qualquer
sorriso, verdadeiro ou indeciso. Mas venha, desesperadamente eu te peço, venha!