sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Comunicado.

Olá meus queridos leitores, primeiramente tenho que agradecer mais uma vez por gostarem do que escrevo, sem vocês nada do que eu escrevo teria valor. Segundo, venho avisá-los que criei um outro blog, não para textos de poemas, contos etc... e sim para críticas, questionamentos, observações à detalhes sobre qualquer assunto, onde postaremos nossas ideias, críticas etc... Deixarei o link aqui em baixo, caso vocês queiram entender um pouco melhor sobre,    deixe como comentário a sua dúvida que logo responderei. Grato desde já.
Ps: Não pararei de escrever nesse blog.

http://serounaosereisaquestao-leo.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

E se o amor não for um mito?

Na estação de trem daquela pacata vila chamada Santa Maria, havia muitas pessoas, parentes esperando conhecidos ou outros parentes que logo desembarcariam do trem que se aproximava, esperavam ansiosamente pelos seus entes queridos. Se ouve então o barulho confortante dos corações angustiado, o trem vinha vindo, diminuindo a sua velocidade, as pessoas se acumulam na beira do vagão, espremendo-se, lutando por uma brecha se quer de espaço, o trem chega, abre-se suas portas,  e então o tão esperado momento chega, ouvi-se de longe os choros, mãe reencontrando o filho que saiu para estudar, irmão reencontrado irmão e por ai não para o grau de parentesco. O último a desembarca do trem era um sujeito estranho, não havia ninguém ali para fazer uma boa recepção ou alguma saudação como ‘’seja bem vindo’’, era estranho, não só o rapaz, mas aquela vilazinha era tão hospitaleira, como era possível não haver ninguém ali parece o recebê-lo?!
O rapaz desce do trem, devagar, com cabelo grande, bar mal feita, camisa xadrez com apenas alguns botões abotoados, com uma mão ele carregava a mala,  a outra estava enfiada profundamente em teu bolso. Apesar da sua aparência não ser uma das melhores, aparentava ser algum jovem rapaz da cidade grande, de classe média alta, ninguém sabia o que ele queria nem o que ele pretendia fazer em Santa Maria, como o costume do ser humano, todos tiravam concepções sobre ele, vários conceitos.
_Ah! Deve ser um fugitivo da lei.
_Pode ser algum fotógrafo, escritor, jornalista...

Todos estranhavam o rapaz estranho. Após descer do trem, o jovem rapaz caminhou na direção leste, onde o sol nasce (não se sabe se foi uma escolha ou uma mera coincidência).  Caminhava lentamente, prestando atenção em tudo o que via, passa pela a única rua asfaltada da vila, onde a casa mais bonita se localizava, a casa era do Dr. Augusto, o homem mais popular dali. No portão de sua casa havia uma placa ‘’ Procura-se jardineiro, não precisa ter experiências e damos lugar de morar’’  era perfeito para um fugitivo, um escritor, fotografo ou um jornalista, era perfeito para um migrante, o  jovem rapaz bate naquele imenso portão, o próprio Dr. Augusto atende.
_Vim para a entrevista para a suposta vaga de jardineiro! Diz o rapaz.
_Não precisa de entrevista meu jovem, qual é o teu nome?
_David.
_Venha David, lhe mostrei a casa e onde ficará, já está contrato, amanhã de manhã você começa, pode ser?
_Pode ser sim.
_Olha, o trabalho não é difícil, você rega as flores, apara a grama e não deixa nenhum inseto estragar o meu jardim. O horário é você quem escolhe.
_Tudo bem!

David fala pouco, conhece o quarto onde ele irá ficar, já desmonta a sua mala e se deita. No dia seguinte acordar ao amanhecer com o canto do galo, encaminha em direção ao jardim e começa fazer o que lhe foi mandado.Isso se repetiu por várias manhãs, até que em uma bela manhã de inverno, David pega um resfriado, nada demais, mas era algo que alteraria o horário do seu serviço, ele naquele dia foi cuidar do jardim ao entardecer. Cuidava do jardim como se fosse seu, falava pouco, ainda era motivo de observação para os curiosos de plantão, nada que lhe incomodasse, David cantava baixinho, quase nem dava para ouvir, batia os pés no ritmo de sua música e assim fazia o teu serviço, quando quase acabando de cuidar do Jardim, o jovem rapaz ouve uma música instrumental de longe, era LE IT BE de The Beatles, o som via de um dos quartos da casa, David largou a pequena pá e o regador no chão, encaminhou-se em direção aquela janela, com movimentos leves, pois não queria assustar ninguém, ele olhou pela janela e viu uma mulher de costas tocando em um piano branco, uma moça que usava um grande chapéu...
_Encantadora, não? Pergunta o mordomo da casa.
_Sim! Responde o rapaz assustado, não esperando a chegada do mordomo.
_Ela é a esposa do Dr. Augusto?
_Não, o Dr. Augusto é viúvo, essa moça é a sua filha, a única herdeira disso tudo. Responde o mordomo.

David sorrindo vai para o teu quarto, toma o teu banho e deita-se, dormiu ao som da lembrança da melodia que aquela moça desconhecida de chapéu grande tocava em seu piano branco, e todos os dias, aquele rapaz ia trabalhar ao entardecer, ouvindo LE IT BE instrumental.
Certo dia, após o seu serviço feito, o Dr. Augusto, avisou o jovem rapaz que no dia seguinte iria ir a cidade grande fazer compras e o chamou para ajudá-lo, eles iam a tarde, deixando automaticamente o serviço de David para aparte da manhã. Ao amanhecer David se encaminha para o jardim, cuidando primeiro das flores, quando abruptamente o perguntam.
_Bonitas não? Era a moça do piano branco.
_Sim, são lindas! Responde o rapaz.
_Bromélias, são as minhas preferidas, qual você prefere?
_Não entendo muito, mas também gosto das bromélias...
_Meu nome é Rosângela, mas todos me chamam de Rosa.
_Prazer, me chamo David e não teu pseudónimos, mas se tiver algum em vista. (risos)
_Prefiro evitar, sou bem malvada com pseudónimos. (risos)
_É, preciso ir, vou na cidade com teu pai, irei ajudá-lo.
_Bom, então qualquer dia.
_Até.

David vai para a cidade com Dr. Augusto, pensativo, pensava na Rosa, não nas que ele tinha que cuidar e sim a que ele queria cuidar. A partir daquele dia eles mantiveram contato,  cada dia mais intenso, Rosa sempre usava chapéu e nunca tirava, David estranhava aquilo, mas nada iria perguntar.
Era sábado de manhã, o jovem rapaz cuidava do jardim, Rosa chega por trás e lhe tampa os olhos, com os olhos tampados ela o beija, beija e sai correndo, ele se vira e vê ela de costas correndo, David fica encantando mesmo sem saber o que estava acontecendo, naquela tarde Rosa não tocou como o de costume a música LE IT BE e sim toca uma música mais nostálgica e nacional, uma música que previa a morte ‘’ ASSENTAMENTO-CHICO BUARQUE’’
David estranha a variação musical de Rosa, ele vai ao jardim, pega as bromélias mais linda e lhe faz um buquê de flores com um pequeno poema.

‘’ Não seja como as rosas de plástico.
Que são eternas, mas são desprovidas de beleza e não tem nada demais para nos oferecer.
Mas seja como as rosas naturais.
Sensíveis, que precisam de cuidados especiais e que sem esses cuidados vai morrendo aos poucos, com a sua simplicidade chama a atenção de todos e sabe bem como fazer uma pessoa apaixonada abrir um sorriso’’
David vai até o quarto de Rosa e deixa o buquê e o poema em cima do piano branco, depois retornar para o seu quarto e se deita, ficou a noite toda imaginando a reação de Rosa.
Amanhecer, David acordar antes do galo cantar, vai para o teu jardim esperando a moça...O jovem rapaz estranha a movimentação de pessoas desconhecidas na casa, escuta também soluços de choro, encaminha-se então para a janela do quarto de Rosa e vê que o buquê e o poema ainda estavam ali, do mesmo jeito, em cima do piano, logo vem o mordomo e diz.
_Ela era adorável.
_Como assim, era? Pergunta o rapaz assustado.
_Rosa, tinha uma doença a qual ninguém sabe qual é, uma doença que de tão forte, fez cair os teus cabelos, a obrigando usar chapéus sucessivamente.
_Não sabia, ela não me disse nada, cadê ela?
_Ela...todos dizem que os mortos vão para o céu, se isso não for mito, é lá que ela está agora.

David desorientado,  sem saber o que fazer, o que falar, vai para o quarto de Rosa, senta no banquinho em que ela acostumava sentar quando tocava, olha pro chão e vê um pedaço de folha, com um pequeno texto escrito.
‘’Se os mortos vão para o céu, o meu lugar deve estar reservado, foi bom te conhecer, não queria que se apaixona-se por mim para sofrer depois, seria egoísmo meu, sei que mesmo não parecendo, pensei primeiro em ti quando não revelei meus sentimentos, você me ensinou a sorrir de novo, foi difícil como uma criança aprende a andar, sei que talvez o meu erro seja imperdoável mas fiz por amor. Cuide das nossas bromélias, eu fui embora mas eu nunca direi adeus. ‘’
Rosa.
David não chora, mas sente no fundo aquelas palavras pesar no coração. No dia seguinte, ele pega as suas coisas e vai embora, desce em outra vila ou cidade qualquer, e é mais uma vez um sujeito estranho para todos, e tudo novamente se repete, só muda o lugar e as pessoas. David vaga por novos vagões em novas estações procurando aquilo que vê nos filmes e lê nos livros. ‘’ E se o amor não for um mito, eu o encontrarei, nem que seja no lixo’’

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ela voltou

Ela voltou junto com a primavera
ainda mais fria, ainda mais bela
com segredos escondidos a sete chaves
ironizando o futuro, desligando-se do passado.
Já não se emociona com poemas e buquê de flores
não se importa mais com seus antigos amores
ela veio em preto em branco
assinalando as mudanças que o tempo fez
deixando as suas cores para o belo jardim do amor,
as cores que se escondem atrás de uma nuvem negra carregada de rancor.

Ela voltou, com coisas que não lhe pertence
Talvez ela tenha roubado aquele riso tão descontente.
Não é dela aquelas palavras
Talvez ela tenha pegado de pessoas frustradas.

Com a primavera ela se  foi
Prometendo que voltaria
Não do mesmo jeito
Não do jeito que ela gostaria.
Partiu de mim dizendo uma frase bonita.

‘’Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que te santifica’’

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Velhas gavetas e grandes recordações.

E ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno.

Caminhava de volta para casa, era fim de tarde, sábado, o sol já se escondia atrás da linha do horizonte, na travessa de uma rua com a outra, passo por aquela a rua, aquela que já foi palco de muitas promessas sua, veio aquelas lembranças em minha mente, é estranho, mas as lembranças tinham cheiro de terra molhada, aquele cheiro que fica após a chuva, parei ali na esquina, fiquei fingindo que estava esperando alguém, talvez estaria te esperando, mas você não sabia, e nem veio ao meu encontro. Fiquei olhando para aquela rua horas e horas, me vi sentado na calçada, encostado no muro, vi você deitava em meu colo, de lado os nossos óculos, é literalmente nunca tivemos uma boa visão do futuro.Vi você me jurando eterno amor, te vi me beijando com calor, me vi acreditando em tuas palavras, como se elas tivessem realmente algum valor.
Continuei caminhando, agora com passos mais lentos, chego em casa e em velhas gavetas eu mexo, pego algumas cartas suas, resgato o meu passado, coisas que já estavam semi-enterrados, coisas que era melhor nem ter visto. Leio tuas cartas tão apaixonadas, com letras de canetas esferográfica, com cores diferentes, adesivos de coração, até tinha uma foto da gente. Mexo em uma gaveta um pouco mais recente, pego a única carta que tem, é sua, é claro que era sua, mas essa eu nunca tinha lido, era um envelope preto, nada apropriado para uma carta romântica e quem disse que era uma carta com palavras clichês?! Estava escrito com palavras afiadas, uma única cor de caneta, uma carta escrita rápida, a letra até estava um pouco feia, aquelas palavras foram tão amargas de tragar, foi doído cada trecho que li, parecia que eu não ia aguentar lê-la até o final, é, mas consegui e tirei a prova real que eu não te conhecia tão bem como por muitos anos eu pensei, você se contradizê, e suas promessas não foram mais além do que palavras jogadas ao vento.
Mas ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno, pode passar milênios eu nunca irei esquecer de cada momento singelo nosso, tudo que fizemos está eternizado no tempo, temos coisas boas e ruins para nos lembrar, coisas pra rir e pra chorar, o fim é isso, algo pra não se esquecer, algo que sempre iremos nos lembrar, algo que nunca terá fim...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

É, eu me lembro.

Te ofereci muito, muito pouco em relação ao que me destes nesses últimos meses.Talvez não faça tanta diferença pra ti, mas pra mim foi o começo de uma vida que eu pensava que já tinha acabado. Quantas vezes ficamos parados, olhando um para o outro, sem dizer uma só palavra e nem precisava, pois nos entendíamos completamente com um olhar, o teu olhar castanho claro que trocava de cor de acordo com tua roupa ou com o teu humor, é eu lembro de tudo isso que você me disse há alguns meses atrás, você sempre me dizia que eu nunca prestava atenção nas tuas palavras, mas tenho que confessar que fingia esquecer só pra mais uma vez te ouvir dizer. Lembro também das nossas risadas insanas que dávamos quando você dizia alguma palavra errada, você odiava quando eu te corrigia, mas sei que no fundo me agradecia. E quando você vinha falar mal da roupa de alguma menina ou até mesmo de um menino, riamos juntos, as vezes a barriga até doía, e as tuas lições de vidas, teus ciúmes que você nunca assumia, teus lindos sorrisos que você emitia todos os dias de segunda a segunda, é eu me lembro. Lembro  também de quantas vezes você me protegeu das pessoas maliciosas que se aproveitavam de minha inocência, quantas vezes você conseguio arrancar de mim um sorriso sincero, até mesmo quando eu tive vontade de chorar. É, eu nunca me esquecerei das tuas lições de etiqueta, proibido cotovelos na mesa, não fale de boca cheia.
Eu ia lá só para te ver e quando você não estava, eu me sentia perdido, como um estrangeiro em uma cidade vazia, e no outro dia de uma forma bem discreta eu queria saber o que tinha passado em tua vida, nos mínimos detalhes, até o que você sentia. Eu já não estranhava a sua in-simpatia com os outros, apesar de você sempre falar que éramos diferentes, pois eu sempre fui mais sentimental do que você, e você ria quando eu falava que os opostos se atraem, nunca se emocionou com os meus poemas, não lhe importava se eu escrevia, se eu te descrevia. Cantávamos juntos a mesma música baixinho, sempre no mesmo ritmo, nada era ensaiado, e mesmo assim era mais belo do que um concerto, e eu confesso, que sempre cantava mais baixo do que você, pois eu sempre adorei ouvir tua doce voz, nunca me enjoei, seria impossível enjoar...
E quando você chorou perto de mim, meu coração se partia a cada lágrima escorrida, eu não podia fazer nada para impedir, mesmo assim você teve força suficiente pra me dar um sorriso, sei que era fingido, mas era pra só pra me tranquilizar, era até engraçado pois você se achava egocêntrica e mesmo não percebendo ou não querendo assumir, sempre pensava primeiro em mim.Há alguns meses atrás, eu tinha vontade de ir lá, eu te via, conversamos horas e horas, todos entendiam, ninguém nos atrapalhavam, pelo ao contrário, quando estávamos juntos todos respeitavam, mas longe de ti eu não sou ninguém, fomos feitos em pares, sem ti eu sou ímpar, sem sequência, sem frequência, sem vida, mas eu sabia que não seria pra sempre e por isso eu aproveitava tudo até onde me convinha. E quando veio aquela dúvida maldita, que medo, que pesadelo mas pela a primeira vez eu não me arrependi de ter feito uma escolha, é eu estaria mentindo se dissesse que foi fácil lhe esconder o que eu sentia, ainda mais quando eu te via, sozinha, pensando não sei o que, talvez na vida.
Agora te vejo indo e vindo, as vezes rola um ''oi'' um ''tchau'' e as vezes nem isso, muitos dizem ''vale correr o risco'' vai que eu  perco o pouco de ti que me sobrou, é, prefiro não correr o risco, eu não sei se você entendia quando eu te olhava meio aflito querendo dizer algo, queria dizer tudo o que sentia e lhe pedir um abraço, sei que saberá que é pra você quando ler e quando ler, me procure o mais depressa possível e quando me encontrar, não diga nada, nenhuma palavra, pois é assim que nós nos entendemos melhor, me olhe bem no fundo dos olhos e me abrace logo, faça-me feliz, seque as lágrimas que hoje escorrem em meus olhos por causa de ti.