sexta-feira, 24 de junho de 2011

Silêncio noturno

Caminho em direção à varanda, são 05:00 da manhã, todos aqui em casa dormem, à cidade toda está dormindo. Acendo mais um cigarro e daqui de cima fico observando à vaga Av. que logo estará cheia de pessoas vagas. Faço o mínimo de barulho possível, fumo o meu cigarro como se fosse o último, o último trago, o último suspiro. Um trago e um gole de café é assim que engano a solidão, olho pra noite, a minha cidade já perdeu o céu, até isso o homem já conseguiu arrancar de mim. Lembro de uma música antiga, canto-a baixinho e lentamente vou me recordando do passado, o passado tem um bom cheiro, cheiro de terra molhada, tem gosto de uva passa. Ainda não decidi se me arrependo ou se me orgulho da escolha que fiz, o futuro está encarregado em responder isso por mim.
Diante do silêncio noturno começo a me lembrar de pequenos detalhes que passam despercebidos, o jeito do seu olhar, o brilho do seu sorriso, o jeito de sentar e a voz mansa quando fala comigo, à fumaça do meu tabaco desenha o teu rosto, não com tanta perfeição, mais um motivo de desgosto em uma madrugada sem açucar. À primeira luz da madrugada se acende, o galo canta acabando com sonhos bons e profundos, trazendo olhos enxiados e fundos para a realidade que é tão desagradável de enxergar. Vou me deitar para ninguém perceber que mais uma vez passei à noite em claro, mas meus olhos traidores e cansados revelam o estrago. Deito na cama, fecho os olhos e vagamente vou caindo no sono enquanto minha mente lembra da tua voz, como se fosse uma canção de ninar. Seria mais fácil acreditar que isso fosse apenas uma insônia ou qualquer outra idiotice que à minha psicóloga fala. Depois do sol se levantar e de se expandir, ele vai descendo bem devagar, como se não quisesse ir embora daqui, e a noite lá vem vindo, meu coração se aperta pois sei que mais uma vez não te terei ao meu lado para falar que mudei de humor, reclamar da roupa que estou vestido ou até mesmo alegar que não ouço nada do que você me fala, nem sei se sabes, mas por ti eu completei 365 noites em claro e nem à psicologia pode explicar ou entender tal coisa. Nem a xícara de café forte em minha mão, nem o último trago do primeiro cigarro da madrugada, nem as tosses contínuas, nem a fumaça no pulmão, nada pode explicar as coisas simples de um coração. E mais um poema clichê vai se acabando, com alguma frase que tem uma rima idiota ou até mesmo sem nexo, às folhas do meu caderno já estão no fim, são tantas folhas e poemas que falam tudo isso por mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As quatro estações.

            Já era fim de tarde quando eu varria a minha calçada, uma atividade rotineira naquela época, as folhas secas cobriam todo a rua, como se elas fossem a atração de outono, mas era, elas que marcavam aquela estação do ano, um pouco enjoativo mas depois da minha calçada limpa, tudo era bonito. Na rua onde eu morava existiam mais ou menos umas vinte casas, uma rua pequena pra uma cidade grande, ela não tinha saída, terminava na casa da D° Iracemma, a senhora mais fofoqueira da rua, mas até então nada disso me preocupava, eu só via os vizinhos quando eu ia varrer a minha calçada. Porém naquela segunda-feira enquanto eu varria a calçada, via de longe mais ou menos umas dez casas depois da minha, um caminhão de mudança parado, mas eu não sabia se estava chegando um morador novo ou se alguém estava saindo, pois eu não saia muito de casa e evitava muito o contato com vizinhos, vivia praticamente  trancado em casa, só saia pra varrer a calçada e mais nada, isso aconteceu depois que a minha ex-mulher me deixou, deixando apenas um bilhete mal escrito sobre o seu lado da cama, as compras do mês agora eu faço tudo por telefone, eles entregam em domicílio, meu serviço não exigi que eu comparecesse lá, sou jornalista, mando as matérias por e-mail, só uma vez por mês que tenho uma reunião que era quase imperdoável a minha ausência, por isso eu tinha que ir, um verdadeiro fracasso social de escolha própria, mas as pessoas se adaptaram ao meu modo nostálgico de viver, pensei que seria mais difícil delas compreenderem, foi fácil, pelo menos é o que parece. Não me preocupei muito com o tal caminhão de mudança parado na rua onde moro, não ia fazer diferença alguma pra mim, nada que iria me tirar ou acrescentar algo, continuei varrendo e depois entrei de novo pra minha casa.
            Confesso que fiquei um pouco encucado com várias hipóteses do que poderia ser aquele caminhão de mudança, obviamente era uma mudança, mas uma saída ou uma chegada? Nesse tempo de várias concepções erradas acabei pegando num sono sentado na poltrona do meu escritório. No dia seguinte, levanto cedo para varrer meu jardim e regar minhas tulipas, a tarde eu varreria a calçada...Chego perto do portãozinho do corredor, por onde normalmente eu saio para fazer minha atividade rotineira, sinto um doce perfume passar, não era das minhas tulipas nem muito menos das folhas secas, era um perfume doce, feminino, duradouro, nunca tinha sentido antes, tento abrir o portãozinho o mais depressa possível, mas a chave estava dentro de casa, pois eu só o-abria durante a tarde, pensei que talvez o meu  próprio olfato que exalou aquele aroma, mas não, eu estava convicto que eu senti mesmo aquele perfume, não estou ficando esquizofrênico, estou?! Fiquei mais encucado do que antes, esses acontecimentos por  mais minúsculos que sejam, estão mexendo com a minha rotina, não sei se isso é bom ou ruim mas é estranho, não quero criar expectativas equivocadas. Continuei aquela semana como se nada tivesse acontecido, cuidava das minhas tulipas e do meu jardim na parte da manhã e a tarde varria a minha calçada.
            A reunião do mês do meu serviço era na parte da tarde, por isso nesse dia eu varria a calçada de manhã e bem de tardizinha quase escurecendo depois da reunião eu arrumava o jardim, único dia que conseguia mexer na minha rotina, na verdade não mexia, apenas trocava de ordem as minhas atividades rotineiras, mas eu queria acreditar que mexia sim. Levanto cedo e caminho em direção ao portãozinho onde dá acesso a minha calçada, só abro o portão maior quando saio de carro, ou seja, raramente, quando vou me aproximando, novamente sinto aquele perfume doce que me deixou encucado uma semana atrás, já com a chave na mão, abro ligeiramente o portãozinho, olho pra baixo e nada, olho pra cima e vejo a causadora da minha curiosidade, uma mulher caminhando com pressa, ela estava de costas, como se fica de costa para o mar, olhava para trás, eu me senti o mar naquela hora, (comparações clichês ou até mesmo sem nexos saem de pessoas apaixonadas) ela era linda, com o rosto como aquelas atrizes de Hollywood, corpo para nenhum homem botar defeito, cabelos longos e pretos, a vi por alguns segundos, até ela virar a esquina e sumir da minha vista, fiquei  paralisado com a vassoura na minha mão, não sei se eu varria ou se sorria, sorrir, era estranho em meio a tudo isso, tudo era estranho, fora do contexto, nada estava escrito, apenas aconteceu, foi abruptamente, não esperava nada, não criei expectativas, mas desde então comecei a criar. Fui para a reunião, com uma fisionomia melhor do que todos já tinham visto em mim nos últimos cinco anos, foi rápido, voltei correndo para casa, arrumei o meu jardim, reguei as minhas tulipas e fui pra fora com a vassoura na mão, mesmo sem folhas para varrer. Foi como se estivéssemos combinado tudo, foi às sete horas da tarde, ela voltava, da onde eu não sei, mas isso nem me importava, fiquei a admirando passar sobre minha calçada, ensaiei baixinho alguma fala, mas nada na hora saia, com passos firmes e ligeiros ela olhou e balançou a cabeça, como se fosse um comprimento entre dois estranhos, pra ela talvez seja, mas eu já me sentia intimo, mesmo não sabendo como era a sua voz, nem o seu nome, muito menos se era casada ou não.
            Fui vivendo sobre hipóteses, expectativas, poucas atitudes e sem nenhum resultado, nessas horas um apelo para a Sra. Fofoca não seria má ideia, mas fazia pouco tempo que ela morava ali, e por mais que a D° Iracemma fosse eficiente, não trabalhava pra a F.B.I , infelizmente. Me arrisquei e fiz alguns versos para ela, e pensei em  entregar junto com um buque de flores, mas isso era e é tão demode,  mas por ser tão fora de moda, eu podia surpreende-la, mas vai que ela seja uma mulher moderna, não seria legal, mesmo assim arrisquei...
            
            ''És a flor mais linda do campo
            eu sou o agricultor
            que te livra dos malditos 'pirilampos'
            e cuido de ti, com todo o amor possível.

            És o meu abrigo de dia
            de noite és a cura da minha esquizofrenia.
            Em dias de solidão,
            és a minha única companhia.

            Sou a chuva que te molha e que te faz crescer
            sou seu estranho amor, que faz desaparecer
            qualquer duvida que afligi o seu coração.
            Sou teu e tu és minha,
            minha pequena, minha linda
            te escrevo em cada linha do meu coração.''

Coloquei o bilhete com o poema junto com o buquê de flores (Tulipas) pegadas do meu jardim, dei um trocado para um garoto que soltava pipa ali perto, para entregar  a ela, sem identificar o remetente, pois pra mim, eu tinha colocado o meu nome no bilhete. No outro dia, acordo cedo e arranjo um pretexto bem inteligente pra vê-la, levar o lixo, algo comum, que eu fazia só a noite, eu tinha tudo no contexto, tudo estava escrito, mas aquela linda mulher foi mudando aos poucos a minha rotina, enfim, ela passou, como antes, apressada, apenas balançou a cabeça, ainda se sentia estranha em relação a mim, milhares de hipóteses vieram em minha mente.
            _''Será que ela gostou do buquê de flores e do poema?''
            _''Será             que ela tem marido?'' 
            _''Será que ela não gostou?'' Será?

Diante de tais dúvidas, refugiei-me dentro do fracasso sentimental, já considerando todas as ideias reais negativas, nenhuma positiva, fiquei sem vê-la duas semanas, como se eu estivesse castigando ela, sem permitir que ela me vesse, mas eu estava apenas me castigando, após esse período de castigo fui para a rua, com jardim limpo, calçada limpa, lixo na lixeira, único pretexto que eu tinha dessa vez era...não tinha nenhum motivo pra pra ficar ali, exceto esperá-la pra vê lá passar sobre minha calçada.
            Sentado, fiquei observando as crianças brincarem sem malícia, e tentando imaginar porque elas não dependem do amor alheio (exceto o amor dos pais) como nós adultos, mas a resposta eu só encontrei depois de muito tempo, pois o meu raciocínio junto com o meu coração pararam, ela vinha descendo... Plac, plac, plac, era esse o som que o seu salto alto emitia naquela tarde, levantei imediatamente, encostei no muro, tímido até os dentes, enfiei a mão no bolso, ela vem, foi vindo, se aproximando de mim, diminuindo a velocidade dos seus passados, pela a primeira vez ouço sua voz, não era uma voz qualquer, talvez pra todos sejam, mas para mim não, era a voz do vento manso do litoral, suavemente ele me disse.
            _Boa tarde!
            _Boa tarde!
            _O Sr. Sabe me dizer se o lixeiro já passou?
            _Passou não, ele só passa amanhã de manhã.
            _Ah, obrigada.
            _De nada.      

Ela foi virando-se para ir embora, queria dizer algo, mas a voz não saia, começou a sair, mas logo tossi, a tosse foi fictício, mas a vontade de falar algo não era. Naquele mesmo dia, choveu uma chuva extraordinária, como se não fosse coisa de outono, e por causa da chuva as redes de telefone ficaram em pani, obrigando-me ir de baixo de chuva a padaria na esquina.
            No dia seguinte pego aquele resfriado, dor nos olhos, gargante infeccionada, narinas entupidas, e com uma vontade sucessiva de só ficar deitado. Mas eu nem ligava pra esse resfriado, o que me preocupava era que eu não iria ver a minha amada passar sobre minha calçada, fiquei duas semanas de cama, até voltar inteiro para ''varrer'' as folhas secas, e é claro, vê a dona do meu sorriso.
            Algo estava diferente, não tinha folhas secas sobre minha calçada, como se alguém já estivesse varrido, sem perceber o outono já tinha passado, e o meu resfriado era a chegada triunfante do inverno.

O Inverno era muito difícil para mim, era a estação do ano que eu mais me trancava dentro de casa, não saia absolutamente para nada, mas agora eu tinha um motivo para sair. Foi a época que menos eu soube de ti, nos desencontrávamos por questões de segundos, o frio era intenso, meus dentes pareciam um triturador, batiam um no outro com toda a força possível, tudo isso para te esperar passar, mas chegava a certo ponto que eu tinha que retornar para casa, pois o meu coração fervia, mas não era capaz de esquentar o meu corpo na neve. Nesse meio tempo você passava, eu te observava pela a janela, toda agasalhada, seu suéter cobria metade da tua face, permitindo-me olhar só os teus olhos castanhos claros. Você passava toda apressada, parecia estar sempre atrasada com anciã de chegar adiantada, usava um batom discreto para evitar pseudônimos cruéis.
            Cruel mesmo era o inverno, o inferno para um homem apaixonado, nada tinha graça sem a minha amada, a amada que eu não sabia nem o nome, conhecia pouco a sua voz,
não sabia quais eram as suas manias , não conhecia os teus medos, muito menos os teus segredos, não sei se era organizada ou não, e nem se tinha defeitos. Mas era a minha amada, talvez eu não era o amor dela, mas ela era minha.
            Meu pensamento é interrompido pelo o noticiário da TV, o jornalista maldoso e frio acabava com minhas esperança de te ver, falando que o temporal tinha aumentado, era seguro cada um ficar trancado em suas casas, fácil pra ele falar isso, que não ficou cinco anos dentro de sua casa. Mas eu tinha que estar bem vivo para ela, confesso que foi a pior coisa depois desse tempo era me trancar dentro de casa até o inverno passar.
           Passando o inverno,  chega a estação mais linda do ano, a estação das flores, deixa o ano mais colorido com a variações de cores. A primavera mudou a minha vida, animado para cuidar das minhas tulipas, vou para fora de casa, abro o portão maior, ligo o som no ultimo volume e te espero passar. Mas você não veio ao nosso encontro, que só que esperava, achei estranho e normal ao mesmo tempo, pois ninguém consegue ser pontual cem por cento. O segundo dia nada de você aparecer, comecei a me preocupar, várias hipotes cobriam o seu lugar, já no quinto dia sem unhas para roer, passo como se não quisesse nada sobre a calçada da sua casa, que aparentava estar vazia, no chão da sua garagem estava o bilhete com o poema que te dei, no verso um endereço, guardei aquele pedaço de papel, e fui em direção a casa da D°. Iracemma, mas foi tentativas em vão, nem ela sabia pra onde ela foi e qual era o nome dela.
            Eu tinha dois caminhos, voltar a me remoer ao mundo nostálgico que eu vivia ou ir atrás
 dela como pista um bilhete.
            Decidir ir atrás dela, mas tinha a reunião do mês no meu serviço, esperei então a primavera passar para eu ir atrás dessa desconhecida que literalmente mexestes na minha vida.
           O verão chega,  à estação mais bipolar de todas, com variações de tempo e de humor, chegada a hora de ir atrás dela.De quem? Não sei, é isso que vou descobrir. Olho bem o endereço no bilhete, não era tão longe, uma hora daqui, nem chega a ser uma aventura como essas dos cinemas que demora meses. Peguei meu carro e entrei na estrada, com várias hipóteses na mente, como sempre. Coloquei uma música suave para amenizar a minha apreensão. Chego na porta de uma casa com muro verde, era o endereço do bilhete, são sete em ponto e como se fosse marcado escuto ‘’ plac, plac, plac...’’ era o barulho do seu sapato, sinto o seu perfume, agora sim estou convicto que estou perto dela.
Sai do carro e vejo ela vindo, sorrindo, olhando para frente, com passos firmes e lentos ela veio se aproximando... Parou na minha frente...
_Eu sabia que você viria.
_De onde vinha tanta certeza?
_Do poema e das tulipas. Só mesmo um homem apaixonado que as mandaria.
(risos)
_Vá embora... e me esqueça.
_Como assim? Provocastes a minha vinda até aqui, pensei que queria retribuir o meu amor.
_Sou mulher da noite, sou de todos e todos retribuo amor quando me destes todo o seu pagamento.
_Se és uma mulher da noite, deixe-me ser o teu sol, para que pelo menos se sinta digna à alguma parte do dia.
_Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que lhe santifica.

_Então deixe-me ser as  tulipas, oh sra. Primavera.
(risos)
Então ela disse o teu nome, Isabela sorriu e me abraçou com toda a sua força...
E no pôr-do-sol pra primavera, eu fiz um poema novo pra ela.

‘’ Ela é a primavera.
A estação mais bela do ano.
A flor mais linda do campo.
A dona dos meus sorrisos tímidos.

Ela é a primavera.
O sol das minhas manhãs.
A saudade das minhas noites.
As lágrimas da meia-noite.

Ela é a primavera.
A moça mais pura que santo.
É pra ela que canto.
O seu nome é Isabela.

A moça que tirou de dentro de mim toda dor.
É pra ela que entrego todo o meu amor.
É pra ela que entrego o meu inverno, o meu inferno.
Pois ela é a calma da minha alma, a sombra do meu deserto.
O seu nome é tão belo como ela, é Isabela, a primavera.’’

Sonhos feminino

[...] _ A sra me concede a honra desta dança?
_Desculpe cavalheiro, mas já estou acompanhada.
_E onde está o cordel que te acompanha?
_Ainda não chegaste, mas logo ele virá montado no seu cavalo branco.
_Tudo bem, desculpe o incomodo.

Horas depois.

_O sr. me concede a honra desta dança?
_A sra não está acompanhada?
_Depende, se você aceitar o meu pedido, estarei.
_Onde está o teu cordel encantado?
_Esperei durante anos por ele, mas não sei se ele sabia que eu estava a sua espera.
Quando já  tinha desistido de esperá-lo, ele chega.
_E onde ele está?
_Bem na minha frente.

FIM

risos

''_Mãe, existe mesmo esse tipo de romance?
 _Claro que sim.
 _Foi assim com você?
 _Não, não é assim com ninguém.
 _Então como existe?
 _Existe nos livros, nos filmes e nos sonhos feminino.''

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Frases, pensamentos, reflexões...

Prefiro não abrir os meus olhos, esse é o único jeito que tenho de achar a vida um pouco justa.


Nenhuma mulher terá tudo enquanto houver flores no mundo.


E se o amor não for um mito, eu o encontrarei, nem que seja no lixo.


Sou como a primavera, me modifico a cada ida e vinda, por isso não espere de mim coisas que lhe santifica.


Permanecerei em silêncio, até quando me convém dizer algo.


Não espere que o tempo cure as feridas que ele mesmo te fez quando esperastes dele a cura.


...E se por ventura alguém de vocês venha presenciar minhas lágrimas fluírem em torno dos meus olhos cansados, não dê gargalhadas, mas se sinta honrada, pois será a primeira pessoa a ver as minhas lágrimas.