sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

‘’ [...] Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago [...] ‘’

Caminho em direção à varanda, são 05:00 da manhã, todos aqui em casa dormem, à cidade toda está dormindo. Acendo mais um cigarro e daqui de cima fico observando à vaga Av. que logo estará cheia de pessoas vagas. Faço o mínimo de barulho possível, fumo o meu cigarro como se fosse o último, o último trago, o último suspiro. Minhas mãos ultimamente estão transpirando mais que o normal, não sei por que, faz algum tempo que troquei as manchetes do jornal pelos livros sem finais felizes. Ainda não decidi se me arrependo ou se me orgulho da escolha que fiz, o futuro está encarregado em responder isso por mim.

’’ [...] Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado [...]’’ 

Engraçado, ela me disse que eu precisava mais de cuidado, não dela e sim de mim, ela achava que me conhecia melhor que eu mesmo, se me conhecesse tão bem saberia o bem que ela me fazia quando ficava do meu lado. É. em partes ela está certa!

( Respiração profunda)

NÃO, NÃO ESTA...

Meus cigarros acabaram, meu café esfriou, a primeira luz da madrugada se
acende no apartamento em frente. O galo canta acabando com sonhos bons e profundos de muita gente, trazendo olhos inchados e fundos para a realidade, trazendo a mentira para os cegos por opção, levando a paz para aqueles que têm medo da escuridão.

‘’ [...] Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo [...] ‘’ 

Segundo minha conta, completei 75 noites em claro, não sei se é insônia como minha mãe diz, não sei se é a quantidade de cigarros e cafés como a minha psicóloga condiz.
Mas sei que ela se foi.
Egocêntrica? Talvez.
 Infeliz? Não sei.
Talvez eu precise mandar ela embora também das minhas madrugadas, dos meus versos e dos meus passos. Ela se foi e em um papel branco deixou alguns trechos de uma música.


[...] E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?
Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu quem seria? [...]

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Olhos de outono


 ‘’Embriaga-me na alegria, pois é melhor do que viver lúcido na tristeza.
 Roube-me a solidão, tire os meus pés do chão, rasgue e arranque com suas próprias mãos o que está contra fiado em sua garganta. Venha com calma, com amor e deite-se na cama, não faça barulho, pois à paz não quer ter o seu tumulo.
Diálise minha inocência com a sua malícia, arranhe meu violão e materialize a sua vinda. Pois o entardecer já vem e o meu amor é o pôr-do-sol. ’’
            

            _ Não entendi!
            _ O meu amor é o pôr-do-sol... O que você não entendeu nisso?  (Silêncio)
            _ Como o pôr-do-sol pode ser o amor de alguém?!        
            _ Você nunca entende o que escrevo!                                                                                                                

(silêncio profundo)

_ Quem é a dona do seu amor?
            _ A menina dos olhos de outono. (risos)
            _ Como assim?
            _ É a menina dos olhos castanhos claros.
_ Onde ela está?
            _ Não sei, só sei que ela não está aonde deveria.
            _ E onde é o lugar dela?
            _ Bem do meu lado ( risos )
            _ É melhor cortar a sua bebida ( Gargalhadas) [...]

E pela primeira vez me senti ufano daquilo o que escrevo, sem medo arrisquei em algumas linhas descrever a alegria que a menina dos olhos castanhos claros me oferece.