sexta-feira, 6 de maio de 2011

Velhas gavetas e grandes recordações.

E ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno.

Caminhava de volta para casa, era fim de tarde, sábado, o sol já se escondia atrás da linha do horizonte, na travessa de uma rua com a outra, passo por aquela a rua, aquela que já foi palco de muitas promessas sua, veio aquelas lembranças em minha mente, é estranho, mas as lembranças tinham cheiro de terra molhada, aquele cheiro que fica após a chuva, parei ali na esquina, fiquei fingindo que estava esperando alguém, talvez estaria te esperando, mas você não sabia, e nem veio ao meu encontro. Fiquei olhando para aquela rua horas e horas, me vi sentado na calçada, encostado no muro, vi você deitava em meu colo, de lado os nossos óculos, é literalmente nunca tivemos uma boa visão do futuro.Vi você me jurando eterno amor, te vi me beijando com calor, me vi acreditando em tuas palavras, como se elas tivessem realmente algum valor.
Continuei caminhando, agora com passos mais lentos, chego em casa e em velhas gavetas eu mexo, pego algumas cartas suas, resgato o meu passado, coisas que já estavam semi-enterrados, coisas que era melhor nem ter visto. Leio tuas cartas tão apaixonadas, com letras de canetas esferográfica, com cores diferentes, adesivos de coração, até tinha uma foto da gente. Mexo em uma gaveta um pouco mais recente, pego a única carta que tem, é sua, é claro que era sua, mas essa eu nunca tinha lido, era um envelope preto, nada apropriado para uma carta romântica e quem disse que era uma carta com palavras clichês?! Estava escrito com palavras afiadas, uma única cor de caneta, uma carta escrita rápida, a letra até estava um pouco feia, aquelas palavras foram tão amargas de tragar, foi doído cada trecho que li, parecia que eu não ia aguentar lê-la até o final, é, mas consegui e tirei a prova real que eu não te conhecia tão bem como por muitos anos eu pensei, você se contradizê, e suas promessas não foram mais além do que palavras jogadas ao vento.
Mas ainda teimam comigo que o fim existe e que o amor não é eterno, pode passar milênios eu nunca irei esquecer de cada momento singelo nosso, tudo que fizemos está eternizado no tempo, temos coisas boas e ruins para nos lembrar, coisas pra rir e pra chorar, o fim é isso, algo pra não se esquecer, algo que sempre iremos nos lembrar, algo que nunca terá fim...

Um comentário:

  1. Muito lindo seu texto..
    Muito bem escrito..

    Essa duvida paira no ar.. Existe amor eterno?
    Acredito que sim..que ela exista..mas que nunca devemos desistir da vida se acreditarmos ter perdido um amor eterno...devemos prosseguir e tentar de novo...


    e quanto ao comentário..ele fez toda diferença..
    Toda opinião é válida para mim..

    Abraços..

    ResponderExcluir