quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Palavras inválidas

Sento em um banco do ponto de ônibus, ao meu lado senta um velhinho com roupas um pouco sujas e rasgadas, na boca apenas se via um dente, o brilho dos seus olhos já estava ofuscado, mãos calejadas sinais de muita luta e muita dor, rosto enrugado, cansado e marcado por cada ano vivido.Inquieto ele olhava pra mim, parecia que estava querendo algo,  e abruptamente começa a  falar e falar sem parar,  ele falava em uma velocidade incrível como se fosse uma necessidade e na medida que falava os seus olhos retomavam o brilho que estava perdido, ele não sabia se falava ou se sorria...E o ônibus que eu esperava tinha chegado e quando me levantei do acento o velhinho levantou junto comigo e pegou na minha mão agradecendo-me muitas vezes, e dali  saiu sorrindo, na hora estranhei pois eu não tinha dito uma só palavra, e logo me perguntei.
_O que eu fiz pra aquele senhor me agradecer tanto?!
E logo o meu subconsciênte me responde:
_Você só precisava ouvi-lo.
E foi nessa hora que percebi que as vezes só a nossa presença e a nossa atenção substitui mais do que mil palavras as vezes inválidas.

Um comentário:

  1. "as vezes só a nossa presença e a nossa atenção substitui mais do que mil palavras as vezes inválidas"
    Se todos compreendessem isso, seria maravilhoso
    Amei, parabéns !

    ResponderExcluir